quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Política agora, daqui a dois anos?



            A resposta para o título deste texto é o assunto que pretendo abordar. Dependerá, portanto, de pontos de vista. No entanto, daqui a dois anos, ocorrerá o pleito para prefeito e vereadores, mas isso não significa dizer que, só se deve dar atenção a política daqui a dois anos.

            No Brasil, país democrático, ocorrem eleições para vereadores, deputados, prefeitos, governadores, senadores e para presidente. O cidadão brasileiro tem o direito de eleger quem ele, livremente optar, para governar sua cidade, seu estado e seu país.  Cabe também ao cidadão, acompanhar se o seu candidato eleito, realizou as promessas que, outrora fez em época de campanha.

            Escreve o Papa Francisco, na Evangelii Gaudium, 205: “Peço a Deus que cresça o número de políticos capazes de entrar num autêntico diálogo que vise efetivamente sanar as raízes profundas e não a aparência dos males do nosso mundo. A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum. Rezo ao Senhor para que nos conceda mais políticos, que tenham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres. É indispensável que os governantes e o poder financeiro levantem o olhar e alarguem as suas perspectivas, procurando que haja trabalho digno, instrução e cuidados sanitários para todos os cidadãos”.

            Que a política tem se tornado denegrida é do conhecimento geral, porém, é de se considerar que existem homens e mulheres, realmente comprometidos com a honestidade, com a seriedade, e em servir a sociedade. Assim sendo, nem tudo está perdido. Existem os bons políticos, que honram a confiança que recebem do povo. Pode-se observar na Exortação do Papa Francisco, sua preocupação com este aspecto da política.

            Não obstante, daqui a dois anos, os noticiários voltarão a tratar diariamente, sobre as campanhas dos candidatos, dos acordos que serão feitos, dos possíveis nomes preliminares. O pleito de 2016 será para eleger os vereadores e prefeitos, portanto eleições regionais. Caberá ao cidadão, julgar o mandato dos que já tem o poder e conhecer a história de outros possíveis nomes, para fazer uma escolha consciente e votar em quem acredita ser capaz de fazer um bom mandato.

            Recentemente, na semana da pátria deste ano, foi realizado o Plebiscito Constituinte, em que as pessoas, se posicionavam sendo a favor ou contra a Reforma Política. Esse Plebiscito foi feito com a intenção de ser executada uma Constituinte, dizendo com todas as letras, Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. A receptividade desse Plebiscito pode ser considerada expressiva, ao ser considerado os 7 milhões e 500 mil votos. Antes de falar no que é de fato essa Constituinte, é preciso entender a lógica do atual sistema político. De dois em dois anos, assistimos candidatos serem eleitos, os que são eleitos têm um gasto muito maior do que os que não são. Outro fator repetitivo é o financiamento das campanhas, feito por empresas privadas, que depois querem obter alguma vantagem.

            Detenhamo-nos agora, em como está composto o Congresso Nacional. É um Congresso de deputados e senadores que são minoria em relação a população brasileira. A maioria deles são fazendeiros e empresários, no entanto, a população brasileira na sua maioria é composta de trabalhadores. A participação das mulheres ainda é pequena, sendo apenas 9%, em contrapartida as mulheres são mais da metade da população brasileira, menos de 3% são jovens, sendo que os jovens de (16 a 35 anos) são 40% do eleitorado.

            Analisando os dados acima, é possível chegar a conclusão de que o Congresso, representa pouco os brasileiros, assim sendo, será que resolverão os problemas que foram levados as ruas pelos jovens em 2013? Dessa forma, o Plebiscito Popular já citado, quer conseguir uma Assembleia Constituinte, que terá poder para mudar o sistema político do Brasil. Assim, com essa renovação política, quiçá será possível alcançar as transformações desejadas de tantos problemas sociais.

Felipe Augusto Ferreira Feijão

Estudante de Filosofia (UECE)





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