sexta-feira, 25 de dezembro de 2015
A convergência para o Natal de Jesus: nossa real felicidade!
A realidade brasileira com seus problemas desafiantes, apresentados no
artigo anterior, a saber, o Advento: Realidade brasileira, vem Senhor Jesus, caracteriza-se como uma realidade que possui elementos de trevas na nossa
contemporaneidade, no mundo atual. Porém,
apesar dessa infeliz evidência no cenário brasileiro, não podemos perder as
esperanças que alimentam nossa alma, ou seja, não podemos deixar que as trevas,
ou sinais de morte, no nosso meio, dissipem a luz da nossa vida, porque hoje
celebramos um dia especial na história humana, um dia em que a luz de Deus veio
ao mundo: Jesus Cristo. “Ele era a luz verdadeira que ilumina a todo o
homem” (Jo1, 9), o prometido de Deus que veio para salvar nos de nossos
pecados.
A liturgia dessa semana vem nos chamar atenção para este grande evento que
mudou a história: a encarnação do Filho de Deus. Tal evento é precedido por um
percurso preparativo, caritativo, profético, libertador e natalino, que pode
contribuir na nossa vida como sinais divinos, ou luzes de esperança em meio a
essa realidade de treva e escuridão que passamos. Como nos disse João: “a luz
brilha nas trevas”(Jo1,5). E é para iluminar o nosso caminho, para libertar o
povo de suas mazelas, ou pecados, ou seja, para
purificar-nos, remir-nos e encher nosso coração de alegria plena, que o Filho
de Deus, o verbo divino, “se fez carne e habitou entre nós” (Jo1, 14).
A figura de Ana (1Sm 1,1-28), mulher estéril, e justamente por isso, vista
como condenada aos olhos da época, é um sinal da concretude da esperança,
libertação e alegria em Deus."Na amargura de sua alma, ela orou a Deus e chorou
muito"(1Sm 1, 10) pedindo para ter um filho e restaurar a sua dignidade. O Senhor
ouviu as suas preces, dores e a atendeu, concedendo-lhe um filho que se chamou
Samuel e que foi consagrado a Deus. Assim como Ana, muitas pessoas ainda passam
por situação de exploração, humilhação e preconceito por estarem em condição
social, econômica e de vida distinta das demais pessoas.
A título de exemplo podemos observar que boa parte dos nossos idosos, as
pessoas com deficiência física e mental, e as mulheres do nosso país, sofrem ainda diversos preconceitos, explorações e, em casos extremos, são abandonados,
ou pela família, ou pela sociedade, ou pelos setores jurídicos de
responsabilidade social humanitária. Não percamos as esperanças de dias
melhores e de uma vida na verdadeira paz de Deus e no resgate da dignidade
humana. Ana orou a Deus e foi atendida, pois ela teve graça aos olhos de Deus,
(1Sm 1, 10). Que possamos como Ana ser servos bons e que buscam a Deus nas
nossas dores, angustias e lutas cotidianas. Pois assim como Ele escutou Ana em
sua dores, do mesmo modo irá nos escutar, e assim como se compadeceu de Ana, irá se compadecer de nossas dores, pois
nos ama com amor de Pai e Mãe. Confiemos em Deus e busquemos superar essas
situações de trevas, pois o Senhor está conosco e irá nos ajudar, ser a nossa
LUZ e Salvação, nos mostrar um caminho de Verdade e Amor. Como Ana, que tenhamos uma experiência
de fé profunda com Deus a tal ponto de senti-LO pulsando e conduzindo a nossa
vida apesar de nossas limitações.
Do mesmo modo que Ana, Izabel a mulher de Zacarias, foi agraciada por
Deus com um filho, observemos que a geração de Izabel faz parte da mesma geração
de Ana, e que as duas foram agraciadas por Deus, pois elas fizeram parte da
misericórdia divina. Izabel, estava em idade avançada, e não tinha filhos, ou
seja, era estéril, e, portanto, passava pela mesma humilhação que Ana, mas o
Senhor concedeu-lhe uma grande alegria. A alegria de Izabel é um chamado para
nós nos alegrarmos em Deus, pois assim como Ele escolheu Izabel, serva temente
e aberta a vontade de Deus, do mesmo modo Ele nos escolhe, a cada um de nós,
para sermos servos seus e testemunhas vivas e atuantes da sua misericórdia em
nosso meio, e nos alegrarmos com Deus neste dia mais que especial. Porque de
Izabel Deus fez sair aquele que iria preparar o caminho de Jesus: João Batista.
O último dos profetas do antigo testamento.
João Batista é um mensageiro que irá preparar o caminho do Senhor,
segundo o livro de Malaquias(3,1), o Elias, que “fará voltar o coração dos pais
para os filhos e o coração dos filhos para os pais, para que não venha ferir a
terra com condenação” (Ml3,24), que irá endireitar os caminhos do Senhor, pela
denuncia profética e pela conversão dos pecados (Mt3,6-11). A figura de João
Batista é uma motivação para nós, afim de que não descuidemos de buscar os
caminhos de Deus e na nossa vida praticar a sua justiça, pois como diz o
salmista “Deus é bondade e retidão, e aponta os caminhos aos pecadores;
encaminha os pobres conforme seu direito e ensina seus caminhos aos infelizes.
Os caminhos do Senhor são verdade e são amor, para os que guardam sua aliança e
seus preceitos”(Sl25). Diante da nossa realidade de injustiça social, de
desigualdade social, da intolerância religiosa, da corrupção na política, que
atinge e também corrompe a própria sociedade, não podemos calar a voz de Deus,
a vós da Verdade, da Justiça divina que denuncia o pecado social humana e
motivar-nos a cada um para uma conversão sincera e comprometida com o Reino de
Deus.
A ação profética não se trata somente de uma denuncia por denunciar, se
não ficarmos somente em uma pequena parte do processo profético, mas, de outro
modo, precisamos denunciar as injustiças, afim de que se tenha uma
conversão. Não nos enganemos, a
inclinação ao pecado humano é algo ao qual estamos todos nós sujeitos, pois
está cravado no nosso coração e é muitas vezes promovido socialmente como a
corrupção, que atinge tantos os mais ricos como os mais pobres. A única distinção e gravidade que temos em
relação ao pecado humano se encontra no âmbito do poder que temos, por isso quem tem mais poder prejudica de modo mais drástico a si e a
humanidade do que a pessoa que não o possui. Independente dessa variação de
prejuízos no pecado humano, a conversão, portanto, é uma busca constante em
nosso mundo como produto da denuncia de injustiça e a finalidade de tal
denuncia está na reintegração do homem com Deus e do homem consigo mesmo. Nesse
sentido a figura de João Batista, como profeta, é exemplar na nossa vida, para
transformar nossa realidade de trevas em realidade de luz.
Três personagens nessa semana são importantes na nossa vida e principal
mente neste Natal do Menino Deus: Ana, Zacarias e Maria. Essas três grandes
pessoas cantaram de alegria e felicidade as maravilhas do Senhor e nos recordam
a providência divina como o resgate do seu povo. O canto de Ana (1Sm 2,1-11) reconhece
a Deus como o altíssimos promotor dos vivos e dos mortos, “que faz morrer e
viver, faz o homem descer a morte e dela superar. É Deus quem empobrece e
enriquece, quem humilha e quem exalta” (1Sm
2,6-7). Ela nos precaver para que tenhamos uma ação prática de misericórdia e
justiça, sem palavras de presunção, de arrogância. Ela alimenta a nossa
esperança levando nos a observar um Deus que “levanta do pó o fraco e
indigente” e que “guarda o passo dos que lhe são fiéis”. Deus resgatou a sua
dignidade e fez justiça a seu povo, ou seja, retirou da humilhação sua família.
É um canto da vida, história e reparação
do povo de Deus, pela sua misericórdia divina. Em Ana podemos observar um Deus
conosco que sempre permanece em nosso meio.
Zacarias, sacerdote do Senhor, é agraciado por Deus, porque o Anjo
Gabriel apareceu-lhe e anunciou a vinda do precursor de Jesus, seu filho, João
Batista. Até a nomeação do seu filho, Zacarias fica em silêncio por ação do
Anjo. Tal estado de silêncio é algo fundamental na nossa vida e na vida do
profeta, uma vez que, o silêncio nos propicia o encontro com Deus e conosco
mesmo, com o nosso eu. Nas montanhas, no deserto, no interior do nosso quarto, ou
melhor dizendo, onde há silêncio, é onde Deus está e onde podemos ter condições
mais favoráveis para nos encontrar com Ele. Pois, não tem como ter intimidade
com Deus, interiorização, sem uma vida dinamizada pelo silêncio tal como foi a
vida de Jesus. Nessa perspectiva podemos observar o quanto que nossa sociedade
está ruidosa e barulhenta, pelos anúncios e propagandas da moda, pelos carros
de sons. A maioria dos nossos espaços sociais, como as praças, as lojas e os Shoppings,
entre outros, estão nessa agitação. E isso demonstra a inquietação do coração
humano que não terá descanso enquanto não se encontrar com Deus e sua paz. Se
nossa sociedade está preenchida por todas essas coisas ruidosas e poluidoras de
nossa paz, se as pessoas não silenciam para escutar exclusivamente a voz de
Deus, então, evidencia-se uma grande dificuldade para saber o que Deus quer em
nossa vida, na nossa história e qual o caminho iluminado que Ele nos propõe
nesse Natal.
O canto de Zacarias acontece na glorificação a Deus e agradecimento por
Deus conceder-lhe um filho que irá a frente do Senhor para aplainar e preparar
os seus caminhos (Lc1, 76). É um canto de alegria e libertação, se em Ana vemos
um canto que reconhece o amor de Deus para com ela, analogamente o canto de
Zacarias nos remonta a história do povo de Deus, o povo de Israel e a essa experiência de misericórdia. Por isso
Zacarias bendiz o Senhor dizendo, “Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque
visitou e redimiu o seu povo, e suscitou-nos uma força de salvação na casa de
Davi, seu servo, como prometera desde os tempos remotos pela boca de seus santos
profetas, a salvação que nos liberta dos nossos inimigos e da mão de todos os
que nos odeiam” (Lc1, 67-72). Esse
caminho de libertação tem um objetivo prático e ético como em Maria: servir a
Deus, em santidade e Justiça, isto é, realizar a vontade de Deus durante todos
os nossos dias. Observamos assim que em Jesus nazareno se realiza a promessa de
Deus para todos os seus descendentes da tradição davídica e para as gerações posteriores, para todos
os séculos sem fim. Observamos que Zacarias fica feliz por ver nos sinais da
sua vida cotidiana a presença salvífica de Deus. Com esta personalidade
exemplar temos o desafio de observar na nossa história, lutas, sofrimentos e
vitórias a presença de Deus que caminha conosco, e, podemos mais ainda
agradecer a Deus por todos os dons que Ele nos tem concedido, como o dom da
vida, os bens divinos do mundo natural e principalmente a graça da salvação que está
possibilitada no acolhimento do menino Jesus.
A terceira grande personalidade é Maria, a serva de Deus, discípula e
missionária do Senhor, aquela que teve graças aos olhos de Deus, que nasceu sem
a mancha do pecado original, sem a inclinação a tal mal. Seu canto se dá no
encontro com Isabel e na alegria de ver e sentir no seu próprio corpo a misericórdia
de Deus. Em Maria vemos a grande motivação para com as nossas atuais mulheres, afim de que estas tenham uma busca e sede
de Deus, em uma vida simples, humilde e aberta ao projeto de Deus. Por ter
tamanha sensibilidade e intimidade com Deus, Maria aceita engravidar-se da
Verdade e viver conforme a vontade de Deus. Como Maria somos convidados a
preencher a nossa vida da presença de Deus e viver conforme os desígnios
divinos, em meio a tantos males acometidos contra a mulher, contra a vida de seus
filhos, dos jovens, contra a família. Nesse mundo tecnológico em que as pessoas vivas e as
que são mortas se tornam apenas um número ou objeto sem valor sagrado, temos o
desafio de lutar pela vida e dignidade das mulheres, das crianças e dos jovens. Seguir o
caminho de Maria é acolher a própria existência como dom de Deus e valorizar a existência
das outras pessoas independente de sua cultura, religião ou nacionalidade.
O belo canto de Maria segue a mesma orientação do canto de Ana e Isabel.
A mesma estrutura que aparece nos outros dois cantos, falando da ação
misericordiosa de Deus, do resgate da dignidade de uma vida de humilhação, da
contra vontade de Deus aos poderosos e orgulhosos, da elevação aos humildes, da
promessa sendo cumprida, são elementos que estão no canto, na exaltação de Maria. Porém,
algo significativo no canto de Maria é a convicção de que todas as nações lhe
chamarão de bem-aventurada, pois o Todo poderoso fez grandes coisas em seu favor
(Lc1, 48-49). A felicidade de Maria está em ser a portadora da redenção. Dela
nasce o Salvador. Essas três personalidades marcar a tradição antiga, de
opressão, de pecado, de esperança e de libertação verdadeira, extra-histórica
do povo de Deus. O ponto central de tal história é Jesus. Agora, depois de todo
esse caminho preparativo chegamos ao ponto central de nossa vida, nossos sonhos
e nossa fé: Jesus Cristo.
A liturgia de hoje marca de modo decisivo a nossa vida, pois nos transmite
a nossa mais bela e importante alegria. Jesus já é anunciado pelos profetas,
como o principal deles, a saber, Isaias. Este nos diz: “Desperta, desperta,
reveste a tua força, ó Sião! Põe os teus vestidos de gala,(...). Sacode de ti o
pó, levanta-te,(...) Desatadas estão as cadeias do teu pescoço, filha de Sião
cativa!Sem pagamento fostes vendidos, sem dinheiro haveis de ser resgatados
(...)”(Is 52, 1). Eis a profecia do primeiro anúncio, nos convidando a
despertar para Deus, pois Ele desceu ao nosso meio para nos salvar. Assim nos
diz o profeta sobre Jesus: “Como são belos, sobre os montes, os pés do
mensageiro que anuncia a paz, do que proclama a boa nova e anuncia a salvação”(Is
52, 7). Esse menino é motivo de “gritos de alegria”, porque Nele podemos ver
que “Deus consolou o seu povo”. Alegria maior não podemos ter na nossa vida
cotidiana do que encontrarmos, pela experiência da fé, com o nosso Deus que
caminha conosco e perceber que Ele está em nosso meio para nos salvar dessas
realidades de trevas e dores, nos livrar da opressão dos poderosos, do apego
aos bens perecíveis, ao consumo desmedido, ao pecado que mancha a nossa vida, e
não nos dão verdadeira paz.
O profeta nos ensina uma coisa importantíssima para os tempos atuais: purificai-vos!(Is
52, 11). Na sociedade que produziu inúmeros bens de consumo material e
espiritual, precisamos nos purificar para servir a Deus, fazer sua vontade.
Precisamos nos purificar de todas as coisas que fazem mal ao nosso corpo. Numa
sociedade que valoriza o corpo acima de tudo, precisamos lembrar que nosso
corpo é um dom de Deus, templo do espírito santo e que precisa ser preservado
de todas as coisas que não nos deixam saudável como: os excessos de massa, de açúcar,
de sal, de comidas com conservantes, agrotóxicos, e bebidas que prejudicam a nossa
saúde. Tanta coisa que nos faz mal. O índice de pessoas com problemas cardíacos,
respiratórios, com obesidade, com pressão alta e com diabetes, dentre outros
problemas, aumentaram significativamente nos últimos anos. Isso é uma agressão
ao nosso corpo. Outra purificação que precisamos é a da alma. O índice de
doenças psíquicas como o estresse, a depressão, a síndrome de pânico, está
relacionado a aquilo que absolvermos e alimentamos na nossa mente ou alma durante todo o
nosso dia: no mundo competitivo e corrido, agitado e inquieto, pouco é o tempo
disponível para purificar nossa alma com a oração, com músicas saudáveis, com
uma sabedoria que nos dê paz, com o silêncio de Deus. As doenças da alma estão
mais agudas e delicadas a cada dia, porque não alimentamos nossa vida com as
coisas divinas, com uma vida virtuosa, com a presença de Deus. E se Deus não
tem espaço no corre corre da nossa vida, então, como gozar de seus dons
divinos?
Por isso, hoje se faz urgente o menino Deus nascer em nosso meio, pois
precisamos dele para nos purificar espiritualmente e conduzir nosso corpo
dignamente, para sermos verdadeiramente felizes. Jesus é a nossa alegria
verdadeira e felicidade sem limite. E hoje todas as coisas convergem para
Jesus, pois como diz o salmista “os confins do universo contemplaram a salvação do nosso
Deus", porque Deus nasceu em nosso meio, Ele “é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo
com o poder de sua palavra” (Hb 1,3) . “E a Palavra
se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que
recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,14). Cristo é o Verbo divino, ou a Palavra, que entrou na história para nos dar a verdadeira salvação.
Por amor a nós a redenção entrou na história humana
para salvar o seu povo. Deus escolheu Maria, da descendência de Abraão, Jacó e
Davi. Ela faz parte da linhagem do povo de Deus da tradição hebraica, que
sofreu as perseguições dos poderosos no decorrer de sua história. Quando nova
Maria ficava em Jerusalém a principal capital de Israel, para o serviço do
templo. Após doze anos ela vai para a região mais pobre e explorada de
Jerusalém, a Galileia, lá encontra-se com Jose, a quem está prometida em
casamento. Todo esse cenário demonstra como Deus realizou o seu Plano de
Salvação. Trata-se de como na história
da humanidade, e principalmente nos primeiros povos da descendência de Abraão,
Deus manifestou a sua glória.Se ante Deus se manifestou na região periférica de
Israel, hoje ele se revela nas periferias da existência humana, nos pobres e
abandonados de nossa sociedade.
A interferência de Deus na História é clara e
evidente. De uma virgem, Maria, prometida em casamento, é que Deus faz nascer,
por obra do Espírito Santo, o seu Menino Deus, nosso Salvador. Aqui observamos
a ação direta de Deus para conduzir a História a seu curso. A encarnação de Deus
não é uma transgressão da natureza humana, mas sua própria plena realização,
pois o Deus menino concedido a nós em reparação dos nossos pecados e em
reparação do mundo é plenamente humano e plenamente divino. Observa-se,
portanto, que nosso primeiro desafio enquanto seres criados por Deus é ser
plenamente humano. Se formos como tal a outra parte que nos falta
plenificar-se-á. Nosso desafio na vida é ser plenamente humano, e sendo humano,
assumindo a divindade de Deus em nós. Para fazermos esse percurso na realidade
atual precisamos seguir Jesus, a começar por onde Ele começou na História. Daí
a importância de buscarmos os pobres, ou abandonados, ou excluídos da
sociedade, porque estes são os últimos pelos quais Cristo se identificou. Porque
Deus sendo tudo, esvaziou-se de Si, para nos dar a sua plenitude. Não á maior
amor do que este realizado por Deus. Para que possamos contribuir no processo
da redenção precisamos esvaziar-se de nossos pecados, de nossas más
inclinações, de tudo aquilo que nos distancia de Deus. Daí se justifica o fato
de morremos para o pecado e vivermos para Cristo.
No percurso do nascimento de nosso Deus menino,
nenhuma casa, ou hospedaria acolheu a vinda de Jesus, a não ser a estribaria.
Nas hospedarias e nas grandes casas não havia lugar para Jesus. Podemos
observar que na nossa realidade, quanto mais nos preenchemos de coisas, bens e
paixões que nos confortam, muito menos o menino Jesus terá condições de estar
em nosso meio. Assim se deu com o homem rico que não acolheu plenamente o
Salvador porque não conseguiu se desprender de seus bens. Se Deus não nasceu em
um canto que esperávamos, pois não havia espaço para ele, então foi na
estribaria que nosso Jesus nasceu. Ele nasce em meio a natureza e aos animais,
a princípios foi todas as criaturas, da natureza que receberam o Salvador. Se é
em meio a Natureza que Jesus nasce, hoje, precisamos mais do que nunca
encontrar a presença do nosso menino na Natureza como fazia são Francisco. Pois
ela atualmente está sofrendo com as más ações do pecado social humano. Os pastores
que acolheram Jesus eram a classe pobre da sociedade. Como podemos observar
estes pobres são os sinais de Deus, e são os que sofrem todo tipo de
preconceito e opressão na nossa sociedade. Somente quando quebrarmos essas
barreiras veremos de fato o nosso menino no seu momento crucial. Por tanto,
atualmente temos três simples e difíceis desafios: converter a nossa vida pra
Jesus, resgatar Jesus que sofre nos pobres, nos excluídos, nos abandonados, e,
por fim resgatar nosso Jesus na Natureza corrompida. Jesus nasce hoje e espera por nós, pois Ele é
nossa real e verdadeira felicidade, nesta vida e na vida eterna. Feliz Natal
para todos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário