RESUMO-
O
presente artigo trata de alguns elementos importantes do Jubileu da
Misericórdia, apresentados pelo Papa Francisco, no dia de abertura do Ano Santo,
isto é, no dia da Imaculada Conceição. Refletindo-se sobre a Misericórdia trinitária, observa-se
também a figura de Maria como expressão
de Misericórdia. Em vista da temática
em questão, se impõe outro conceito complementar, a saber, a Justiça, para se realizar uma compreensão evangélica
da realidade atual. Tendo como base a Misericordiae
Vultus (2015), a Evangelii Gaudium
(2013) e a Glórias de Maria (1750), a
presente pesquisa destaca as seguintes questões: i) O Ano Jubilar Santo: o
rosto misericordioso da Santíssima Trindade e a importância de Maria em tal
projeto, ii) Santo Afonso e a importância da Glórias de Maria para o novo tempo da Misericórdia, iii) A Glórias de
Maria e a Misericórdia: a importância de Maria na Misericórdia divina para
conosco, e por fim, iv) Misericórdia e
Práxis da Justiça na realidade atual. Em tal itinerário traça-se um percurso
sobre a experiência e esclarecimento de fé na Misericórdia divina e mariana. Por conseguinte se destaca o fator profético da misericórdia e justiça, como pontos complementares de uma
mesma realidade salvífica, numa leitura crítica da dinâmica brasileira.
Introdução
O
Ano Santo, também conhecido como Ano do Jubileu da Misericórdia, é um tempo de
aprofundamento, contemplação, esclarecimento e práxis evangélica da fé cristã una
e trinitária. Essa é a proposta inspiradora realizada pela Papa Francisco para
a Igreja Católica e para os crentes do mundo inteiro, no dia 08 de dezembro,
dia da Imaculada Conceição.
Esse
Espírito de Misericórdia é o caminho de esperança e felicidade tanto para os
crentes intra-eclesiais, como para os extra-eclesiais. A abertura das portas do
coração humano, na experiência da misericórdia de Deus, deve nos impulsionar para
uma entrega e doação de si, em vista da salvação humana e do bem comum. Os
sinais de tal comunhão espiritual é o dinamismo missionário, o acolhimento
humano, o diálogo e a compaixão para com os nossos semelhantes, crentes ou não, mas
que, se constituem, pela fé cristã, como imagens de Deus.
É
deste modo e por esse caminho experimental que a História, de Salvação e da Humanidade,
resgata a sua identidade humanitária-civilizatória, os seus valores virtuosos e,
também, restaura a sua dignidade até atingir a sua plena realização. Se a
Santíssima Trindade é Misericórdia, a figura de Maria não discorda ou contraria
tal experiência de amor, mas, pelo contrário, ela se torna, para Igreja e para
a fé do povo católico, a expressão de graça divina, da ação redentora de Deus e
um socorro em direção ao seu Filho, Jesus. Por isso, destacar-se a relevância
de alguns aspectos da figura de Maria que estão na tradição, na história e no
coração do povo católico. Isso é observado, retomando a obra Glórias de Maria de Santo Afonso
Maria de Ligório, fundador dos Missionários Redentoristas.
Se
a Misericórdia perpassa o horizonte da humanização, ela deve motivar tanto a
conversão do homem como abrir caminhos para a paz, a inclusão, o respeito e até
a fé. Porém para a realização de tal projeto de libertação também se exigem um
profetismo que não admita o descaso, a divisão, a intolerância, a corrupção, enfim, as injustiças que acontecem na sociedade.
Nesse
sentido, podemos observar que tanto no Brasil assim como em outros países, a
misericórdia e a justiça precisam ser patente e atuante, para vivermos com fé e
vida digna. O desafio pertinente é o testemunho e a concretização do Reino de
Misericórdia para salvar a pessoa toda.
1)
O Ano Jubilar Santo: o rosto misericordioso da
Santíssima Trindade e a importância de Maria no projeto.
O
ano de 2015 foi um tempo de grande esperança, expectativa e desafios para a
Igreja Católica e para os crentes em Deus do Mundo inteiro. Pois nesse referido
período celebramos o Ano Santo, ou seja, o ano jubilar da Misericórdia de Deus. É nessa expectativa, anúncio e boa nova que o
Papa Francisco lançou a Bula de
proclamação extraordinária da Misericórdia intitulada como Misericordiae Vultus,
ou seja, o rosto da misericórdia,
onde afirmava que: “O Ano Santo abrir-se-á no dia 8 de Dezembro de 2015,
solenidade da Imaculada Conceição. Esta festa litúrgica indica o modo de agir
de Deus desde os primórdios da nossa história”.
A
temática central e que permeia a Bula
é a Misericórdia. Deste modo nosso
Papa nos convidava a fixarmos “o nosso olhar na misericórdia, para nos
tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai”,
a fim de tornar mais forte e efetivo o testemunho de nós, crentes,intra
e extra-eclesialmente. Uma das expressões significativas deste ano jubilar é a
compreensão da Misericórdia na Santíssima Trindade e como ela se desvela no
projeto da redenção humana.
Misericórdia:
é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia: é o ato
último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Misericórdia: é a lei
fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o
irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia: é o caminho que une Deus e
o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre,
apesar da limitação do nosso pecado.
Não
se trata, portanto, de uma simples conceituação, muito menos de uma ideia ou
teoria sobre a Misericórdia, mas antes de tudo, se constitui como “uma realidade
concreta”,
“um amor visceral” que provem do íntimo do
coração de Deus, como um sentimento profundo, natural, feito de ternura e
compaixão, de indulgência e perdão
para conosco. Para tanto o Papa nos motiva a contemplarmos o aspecto da
misericórdia desde as Sagradas Escrituras (Primeiro e Segundo testamento), desde
os primórdios da Igreja Católica, da sua experiência histórico-tradicional e salvífica,
e até mesmo, desde a própria experiência histórico-humana. Para exemplificar e
inspirar tão profunda experiência de misericórdia, Francisco percorre os salmos,
as parábolas, os evangelhos, as linhas do Concílio Ecumênico Vaticano II e as
expressões mais significativas de outros Papas que o precederam, como São João
XXIII, o Bem-aventurado Paulo VI e
São João Paulo II. Todo esse trajeto é realizado por uma motivação fundamental:
fazer com “que os anos futuros sejam permeados de misericórdia para ir ao
encontro de todas as pessoas levando-lhes a bondade e a ternura de Deus! A
todos os crentes e afastados, possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal do
Reino de Deus já presente no meio de nós”.
A
experiência da compaixão é revelada como ação primeira e essencial de Deus
Uno-Trino. Nesse sentido o Pai Eterno misericordioso é destacado não como um
juiz maligno, impiedoso, vingativo e destruidor, mas como rico em misericórdia,
clemente, bondoso, paciente e compassivo. “Misericordiosos
como o Pai é, pois, o ‘lema’ do Ano Santo. Na misericórdia, temos a prova
de como Deus ama. Ele dá tudo de si mesmo, para sempre, gratuitamente e sem
pedir nada em troca”
Tal
divino elemento característico de Deus Pai comunga com a experiência de fé de
Jesus Cristo. O próprio Filho é ação da Misericórdia do Pai. Pois “A missão,
que Jesus recebeu do Pai, foi a de revelar o mistério do amor divino na sua
plenitude. ‘Deus é amor’ (I Jo 4, 8.16): afirma-o, pela primeira e única vez em
toda a Escritura, o evangelista João”.
Nesse sentido o desvelar de tão precioso mistério chega a uma verdade essencial:
“Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece
encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva,
visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré”. Sendo
que Deus é Amor:
Agora
este amor tornou-se visível e palpável em toda a vida de Jesus. A sua pessoa
não é senão amor, um amor que se dá gratuitamente. O seu relacionamento com as
pessoas, que se abeiram dele, manifesta algo de único e irrepreensível. Os
sinais que realiza, sobretudo para com os pecadores, as pessoas pobres,
marginalizadas, doentes e atribuladas, decorrem sob o signo da misericórdia.
Assim
como o Filho é expressão do Pai, do mesmo modo o Espírito Santo comunga de tal
compaixão, revelando Jesus Cristo como imagem do Pai e testemunhando a
misericórdia do Pai cumprida de uma vez por todas no Filho. O que move a
própria dinâmica da redenção humana, dentro e fora dos limites da Igreja, de um
modo evangélico renovado, atual e atuante, é o próprio Espírito Santo. Um
momento forte de tal experiência foi no Concílio Vaticano II, quando os
“Padres, reunidos no Concílio, tinham sentido forte, como um verdadeiro sopro
do Espírito, a exigência de falar de Deus aos homens de seu tempo e de modo
mais compreensível”. Do mesmo modo, pela dinâmica do Espírito
Santo, Francisco nos exortava, em 08 de dezembro de 1015, na abertura da Porta
Santa da Misericórdia, a:
[...]
[atravessarmos] a Porta Santa com plena confiança de ser acompanhados pela
força do Senhor Ressuscitado, que continua a sustentar a nossa peregrinação. O
Espírito Santo, que conduz os passos dos crentes de forma a cooperarem para a
obra de salvação realizada por Cristo, seja guia e apoio do Povo de Deus a fim
de o ajudar a contemplar o rosto da misericórdia”.
Para
reafirma e revitalizar a própria fé da Igreja naquilo que sua doutrina sustenta
e afirma sobre a importância da Santíssima Maria nos mistérios divinos,
realizados na e para glória de Deus, Francisco escolheu como tempo propício
para a abertura do Ano Jubilar da Misericórdia, o dia a Imaculada Conceição:
O
Ano Santo Abrir-se-á no dia 8 de dezembro de 2015, [...]. Esta festa litúrgica
indica o modo de agir de Deus desde os primórdios da nossa história. Depois do
pecado de Adão e Eva, Deus não quis deixar a humanidade sozinha e à mercê do
mal. Por isso, pensou e quis Maria santa e imaculada no amor (cf. Ef 1, 4),
para que se tornasse a Mãe do Redentor do homem.
Maria é expressão da ternura de Deus, de seu projeto
redentivo, desde sempre. “Ninguém como Maria, conheceu a profundidade do
mistério de Deus feito homem. Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da
misericórdia feita carne”. As palavras profetizadas no magníficat acenam Maria como testemunho
da misericórdia de Deus que é eterna, e da sua dignidade enquanto serva de
Deus, Mães do Redentor e porta da Misericórdia, aos homens de boa vontade e que
buscam a Deus. Ela testemunhou a misericórdia de Jesus na cruz e é expressão
vida do quanto Deus nos ama e quer nos salvar. Porém tal projeto não se fez sem
ela, mas pela sua intercessão, auxílio, fidelidade e socorro. Portanto: “Dirijamos-lhe
a oração, antiga e sempre nova, da Salve-Rainha, pedindo-lhe que nunca se canse
de volver para nós os seus olhos misericordiosos e nos fala dignos de
contemplar o rosto da misericórdia, seu Filho Jesus”.
2)
Santo Afonso e a importância da Glórias de Maria para o novo tempo da Misericórdia.
Se no Jubileu do Ano da Misericórdia a imagem
da santíssima trindade é de divina e dignificante importância para nós cristãos crentes em Deus, de comum acordo e estreita comunhão também se apresenta a
figura de Maria, mencionada no parágrafo 24 da mesma bula. Todavia
tal mistério mariano-misericordioso pode ser observado, na história e tradição
da Igreja, em uma figura de especial importância, a saber, Santo Afonso de
Ligório (1696-1787), o fundador dos Missionários Redentoristas.
Para
Afonso a Santíssima Maria foi de fundamental importância no seu processo de
conversão e no encontro com um Deus louco de amor pela humanidade. O
reconhecimento dessa misericordiosa intercessora se concretizou na criação da
obra Glorias de Maria (1750)! Esta
obra começou a ser feita pouco tempo depois da fundação da Congregação
Redentorista, isto é, em meados de 1734, e durou cerca de 15 anos para ser
concluída, tendo, com 237 anos após sua publicação, 800 edições espalhadas por diversos países.
O
percurso foi demorado e profundo. Segundo a tradição e a história da
Congregação Redentorista, Santo Afonso, com o apoio dos padres e irmãos da
Congregação, passou por uma longa pesquisa nas sagradas escrituras, nos
escritos dos santos e teólogos da tradição, para realizar tal trabalho de perito.
A obra é constituída de várias citações de santos, beatos, milagres, temas,
dias celebrativos e orações pertinentes à Maria. Na primeira parte há um
percurso aprofundado sobre as frases da “Salve rainha”, na segunda há
comentários e reflexões sobre as principais festas de Maria, suas dores,
virtudes e, por ultimo, algumas práticas devocionais. Tudo é entrelaçado com as
reflexões, meditações e experiências de fé de Santo Afonso. Deste modo a Glórias de Maria é valiosa e riquíssima
tanto no seu conteúdo simples e na sua linguagem como também na sua estrutura
textual.
Podemos
perceber que nesta brilhante obra está também presente a força da
espiritualidade afonsiana e inseparavelmente redentorista. Essa obra em certo
aspecto, superou as limitações do tempo, da história e está alcançando surpreendentemente os tempos atuais, em que se proclamou o Ano Jubilar da
Misericórdia. Por isso se torna válido destacar na Glórias de Maria o aspecto misericordioso da Mães de Deus Filho e
Mãe nossa, Esposa do Espírito Santo, Filha de Deus Pai e nossa Intercessora
junto a Deus. A importância de Maria em sintonia com o Ano Jubilar persiste
porque “com toda a verdade, [...] nada opera tanto proveito e conversão do
povo, como o sermão sobre a misericórdia de Maria”.
3)
A Glórias de
Maria e a Misericórdia: a importância de Maria na Misericórdia divina para
conosco.
Na
Glórias de Maria a importância e
relação da Santíssima Maria com o tema da Misericórdia divina se dá devido a
sua amizade com Deus e a própria vontade do Altíssimo, pois “Deus, para
glorificar a Mãe do Redentor, determinou e dispôs que, em sua grande caridade,
ela intercederia a favor daqueles por quem seu divino Filho satisfez e ofereceu
o preço superabundante de seu precioso sangue”.
Desse modo é pela vontade de Deus, e não
humana ou pessoal, que Maria comunga do projeto da Redenção, por um ato
reparador e misericordioso de interceder por nós. Esse valor está assentado na
própria ação de Deus, pois foi Ele mesmo que a cumulou de graças diante de Si
(Lc1, 30).
Maria é Rainha de Misericórdia, “cheia de doçura e de clemencia, sempre inclinada
a favorecer e fazer bem a nós pobres pecadores”. Ela
é “Rainha de Misericórdia, inclinada só a piedade e ao perdão dos pecadores.
Por isso quer a Igreja que expressamente lhe chamemos Rainha de Misericórdia”.
Sustentando o mesmo titulo misericordioso o Papa Francisco no Ano Jubilar
afirmou:
Maria
atesta que a misericórdia do Filho de Deus não conhece limites e alcança a
todos, sem excluir ninguém. Dirijamos-lhe a oração, antiga e sempre nova, da
Salve Rainha, pedindo-lhe que nunca se canse de volver para nós os seus olhos
misericordiosos.
Segundo
Santo Afonso a Igreja intitula Maria como Rainha de misericórdia afim de que
“acreditemos que Maria abre o oceano imenso da misericórdia de Deus a quem
quer, quando quer, e como quer. Pelo que não há pecador, nem o maior de todos,
que se perca, se Maria o protege”. Daí
pode-se perceber o valor e a dignidade misericordiosa da Mãe de Deus e Rainha
clemente, no processo de salvação. A sua misericórdia não é só para os justos e
os pecadores, mas especialmente para os miseráveis, e qualquer um que a ela
recorre. “Pois [-como sustenta Santo Afonso-] não há número de culpas que possa
exceder ao vosso poder e amor [, Maria]. Tão grande são eles! Nada resiste ao
vosso poder. Pois nosso comum Criador, honrando-vos como sua Mãe, estima como
sua a vossa glória”. Além
do mais a Igreja e muitos santos sustentam que a misericórdia de Maria para
conosco é tão imensa que ela “está na presença da Divina Majestade,
continuamente intercedendo por nós com suas poderosas orações”.
Um
dos elementos que o Papa Francisco apresenta no Jubileu Extraordinário da Misericórdia é a figura de Maria como a
“Mãe da Misericórdia”.
Ele nos convida a acompanha-la na “doçura do seu olhar”
“para podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus”. Podemos observar também que Maria é a Mãe de misericórdia. Porém
seu título de mãe não é carnal, mas de amor. “Tão somente o amor que nos tem é
que a faz ser nossa Mãe. Por isso a Virgem bendiz a si, diz certo autor, de ser
Mãe do belo amor, porque é toda caridade para conosco, por ela aceitos como
filhos”seus.
“Por ser Mãe de misericórdia, nem recusa nem jamais recusou compadecer-se de
nossas misérias, e socorrer os infelizes que imploram o auxílio”. Como
Mãe que verdadeiramente nos ama ela “[...] até se antecipa aos que a
desejam’(Sb 6, 14)”,
mesmo quando não a rogamos.
Não
é por acaso que Maria se derrama de misericordioso amor para conosco, mas por
três motivos: a) “A primeira razão do seu grande amor para com os homens é o
seu grande amor para com Deus. O amor a Deus e o amor ao próximo”;
b) “Além disso, nossa Mãe ama-nos muito, porque lhe fomos entregues por filhos
pelo seu amado Jesus. Isto aconteceu quando, antes de expirar, lhe disse:
‘Mulher, eis o teu filho’”;
c) “Dai resulta um outro motivo do amor da Virgem para conosco. É que ela sabe que somos o preço da morte de
Jesus Cristo”. Portanto, de modo
semelhante ao Filho, a Mãe “a todos oferece e dispensa a sua misericórdia.
Nossa Mãe sempre desejou a salvação de todos, e sempre para ela cooperou”.
A
devoção popular por nossa Mãe espiritual de amor não contrária aos projetos de
Deus e muito menos a doutrina da Igreja. Isso acontece porque Maria nunca desampara seus devotos. Ora,
tal devoção só completa aquilo que é da vontade de Deus: que sejamos salvos. Para
os devotos de Maria, a certeza que ela nos assegura é uma solicitude benigna
nos momentos mais difíceis e finais da vida terrestre: “[...] é o procedimento
de Maria com seus devotos. Nas suas angustias e especialmente nas da morte, que
de todas são piores, essa boa Senhora e Mãe não abandona seus fiéis servos”.
Deste modo, resolutamente “Ainda que sejamos pecadores, tenhamos confiança que
Maria há de vir assistir-nos na hora da morte, consolando-nos com sua presença,
se a servimos com amor durante os dias que ainda nos resta no mundo”.
É
da vontade do Filho que sua Mãe, e nossa Mãe misericordiosa, fosse
intercessora, advogada para o nosso auxilio, no grande dia da entrada
definitiva do Reino. Porém, até mesmo na luta cotidiana ela é utilíssima e
fidedigna pelo nosso socorro.
Diz
a este propósito o grande padre da Igreja S. Basílio, que o Senhor nos deu
Maria como hospital público, onde se pode recolher todos os enfermos, que são
pobres e desamparados de todos os socorro. [...] Portanto, quem se achar mais
pobre; isto é, mais despido de merecimentos, e mais oprimido das enfermidades
[...] pode dizer a Maria: “Senhora, vós sois o refugio dos enfermos pobres; não
me desampareis [...]”.
Essa
tradição de Maria como Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro é marca característica dos Redentoristas, que no presente
ano jubilar do Ícone da Mãe do Amor, desde o dia 27 de Julho de 2015 até 27 de
julho de 2016, tem como motivação missionária peregrinar com o Ícone de Nossa
Senhora do Perpetuo Socorro pelas unidades Redentoristas do mundo, a fim de
revitalizar a fé popular e congregacional na Mãe de Deus e na pessoa de seu
Filho. Neste sentido a ação reparadora e mediática de Nossa Senhora, a Mãe do belo
amor, é tão certa que podemos afirmar como Santo Afonso:
Esta
grande compaixão de Maria [...] a leva a nos socorrer e
consolar, mesmo quando não a invocamos. É o que nos mostrou durante sua vida,
nas bodas de Caná (Jo 2, 3). [...] Se Maria é tão pronta em ajudar, mesmo sem
ser rogada, quanto mais será para consolar quem a invoca e a chama em seu
auxílio?.
A
tradição da Igreja continua sustentando Maria
como a figura da “arca de Noé”, pois podemos
confiá-la a nossa vida, pela sua suas intercessão, como arca segura que nos
conduz a Salvação. Também, como disse o Papa Francisco, a pessoa de Maria se liga a “Arca da Aliança entre Deus e os homens”. Essa
compreensão não contraria o que afirma Santo Afonso sobre Maria, a saber, que,
“como se sabe, era a arca a figura de Maria. Assim como na arca estava o maná, [...]
no seio de Maria estava Jesus, de quem o maná foi figura. Por meio desta arca,
[Maria,] concede-nos ele a vitória sobre o mundo”.
O apelo à Virgem Maria não é
contrário ao seguimento ou misericórdia de Jesus. “Quem muito enaltece a mãe, não precisa ter receio
de obscurecer a glória do filho. Pois quanto mais se honra a Mãe, tanto mais se
louva o Filho, diz S. Bernado”. Ora,
é “pelos merecimentos do Jesus Cristo [que] foi concedida a Maria a grande
autoridade de ser medianeira da nossa salvação, [...] de graça e de intercessão
[...]”.
Quando suplicamos o auxílio da Virgem Maria, não desconfiamos ou desmerecemos
da misericórdia de Deus, mas pelo contrário, desconfiamos de nossa própria
dignidade, devido as nossas fragilidades e pecados.
Não
há dúvida, confessamos que Jesus Cristo é o único medianeiro da justiça, porque
seus méritos nos obtém a graça e a salvação. Mas ajuntamos que Maria é
medianeira de graça, e como tal pede por nós em nome de Jesus Cristo e tudo nos
alcança pelos méritos dele.
Todo
aquele que deseja obter a graça do Espírito Santo, busque essas graças em Jesus
e Maria, pois em tal concordância e unidade estão os dois no mistério divino,
pois quando recorremos a um encontramos o outro. Daí Santo Afonso sustentar que
“Jesus foi fruto de Maria, como disse S. Isabel (Lc 1, 42), Quem que quer o
fruto deve também querer a arvore. Quem, pois quer a Jesus, deve procurar
Maria; e quem acha Maria, certamente acha também Jesus”.
Pelo
canal da Misericórdia é que Maria nos
concede graças. Por isso ela se apresenta como uma esperança para os que
creem nela. De fato essa ação compassiva de Maria, que nos concede graças para
bem vivermos neste mundo e na eternidade, é um poder que lhe fora concebido por
Deus, desde o projeto da encarnação:
Todavia,
é também certo que nosso Redentor, quando vivia na terra, quis humilhar-se a
ponto de ser submisso a Maria. “E lhes estava sujeito” (Lc 2,51). Sim, desde
que Jesus Cristo se dignou escolher Maria por Mãe, estava como Filho realmente
obrigado a obedecer-lhe, diz S. Ambrósio. Os outros santos [...] estavam unidos
à vontade de Deus; mas teve Maria maior ventura. Pois não só foi submissa à
vontade de Deus, mas também o Senhor se submeteu à sua vontade.
A
partir de então podemos sustentar de clara consciência que Maria pela misericórdia possui poder e agrado diante de seu Filho Jesus.
Neste sentido é a Jesus que “dirige-se Maria quando quer obter-nos alguma
graça. O filho tanto aprecia [...] os rogos de sua Mãe e tanto deseja ser-lhe
agradável, que sua intercessão mais afigura uma ordem do que uma prece”.
Por isso Jesus quer honrar sua Mãe querida que tanto O honrou em vida, e lhe
assegura tudo o que ela o pede e deseja. Prova disto está nas bordas de Caná,
na Galiléia, quando veio a acabar o vinho:
Cheia
de compaixão, a Santíssima Virgem pediu ao Filho que os consolasse com um
milagre. Expôs-lhe a necessidade em que viam, dizendo: Eles não têm vinho (Jo
2, 3). Respondeu-lhes Jesus: “Que há entre mim e ti mulher? A minha hora ainda
não chegou”. Note-se que aparentemente o Senhor sonegou a graça desejada por
sua Mãe, com as palavras acima citadas: Que importa a mim e a ti essa falta de
vinho? [...]. Contudo, Maria, como se o Filho a tivesse atendido, disse aos
criados: “Fazei tudo o que ele vos dizer!” Eia, ânimo, sereis consolados! E com
efeito, Jesus Cristo para dar gosto a Maria mudou a água em ótimo vinho.
Se
em Santo Afonso se destaca tão grandes requisitos, dignidades, exaltações,
virtudes e valores sobre a misericórdia de Maria, tais elementos de sua graça e
bem aventurança não acontecem por acaso ou por merecimento próprio, mas por
diversos fatores, dentre os quais se destaca a ação misericordiosa de Deus Pai
e a comunhão de Maria no mistério trinitário. Assim, portanto, “Foi para dispensar-nos
todas as misericórdias possíveis [...] que o Eterno Pai, além de Jesus Cristo,
nosso principal advogado, nos deu ainda Maria Santíssima como advogada”.
Não
há dúvida, Jesus é o único medianeiro de justiça entre Deus e os homens, o
único que em virtude dos próprios méritos nos pode obter graça e perdão, e de
acordo com suas promessas também o quer. Mas como em Jesus Cristo reconhecem e
temem os homens a majestade divina, aprouve a Deus dar-nos outra advogada a
quem recorrer pudéssemos com maior confiança e menor receio. E temo-la em Maria
[...]. Grande injúria faz à piedade desta amável advogada quem se intimida de
vir à sua presença.
Outro
fator que contribui para que a Mãe de misericórdia seja tão agraciada é o amor
que o próprio Deus tem por nós. Tornando-se por livre vontade a Mãe de Deus
Filho, Maria abre para o mundo “a fonte de piedade”, o caminho de salvação, as
portas da Misericórdia tão desejada por Deus. É no projeto redentor do Pai que
Maria se torna serva e medianeira da Misericórdia, pois foi nela que Deus
encontrou um templo favorável e digno para a encarnação de Jesus. Daí, por
livre decisão do Amor e por livre abertura de Maria é que possuímos a fonte de
toda Misericórdia.
A
vida que Maria levou na terra foi de grande misericórdia. 1º) Os cuidados para
com os mais abandonados e infelizes tão amados por Deus, 2º) a preocupação em
fazer progredir a graça divina quando imediatamente visitou Isabel, 3º) os
padecimentos na cruz ao ver seu Filho ser crucificado pelos líderes políticos e
religiosos, 4º) a intercessão pelos casais nas bodas da Caná, 5º) a filiação
espiritual e amorosa por nós, quando seu Filho estava na cruz, 6º) o alegre
anúncio aos apóstolos da Ressurreição de seu Filho, 7º) a motivação perseverante
na vinda do Espírito Santo e 8º) a permanência com os discípulos até sua
entrada aos céus, são sinais que demonstram o quanto Maria foi fiel ao projeto
de Deus e se tornou uma Mãe de misericórdia para os mais abandonados e
principalmente os infelizes pecadores, desesperançados da Misericórdia divina. Além
disso argumenta Santo Afonso:
Se
grande foi a piedade de Maria [...], quando vivia no mundo,
muito maior é ela agora no céu. E a prova está em que agora a Virgem melhor
conhece nossas misérias. Sua misericórdia aumentou com esse conhecimento, como
o demonstram as inumeráveis graças que nos alcança. Como em esplendor o sol
supera à lua, assim a compaixão de Maria, no céu, excede a que tinha durante
sua vida na terra.
Portanto,
as honras à Maria pela sua misericórdia nos tempos atuais devem ser nossa
especial meditação e dedicação. Não há pecador algum que tendo lhe pedido
socorro não fora atendido. Ela por participar da comunhão divina e celestial
tem grande dignidade e goza mais ainda da infinita misericórdia da trindade.
Sua vontade é a nossa salvação e em vista de tão sublime missão, ela intercede
eternamente no céu por nós. Por isso corramos ao encontro de Maria, que
acertadamente encontraremos Jesus e não deixemos de recorrer a tão bela
misericordiosa Mãe que por participar da graça divina e pela dignidade de Mãe misericordiosa
de Deus pode nos auxiliar, nos socorrer, interceder por nós, defender a nossa
causa e nos dar a Salvação, como fez aqui na terra, nos entregando seu Filho.
4)
Misericórdia e Práxis da Justiça na realidade atual.
Deter-se
sobre a Misericórdia de Deus e sua ligação com a figura de Maria no projeto
redentivo, não pode nos ausentar de sinalizar, de modo profético, algumas
luzes, caminhos e desafios que precisam ser superado na realidade atual do
mundo, e de modo específico no Brasil. Se tanto a História de salvação do povo de
Deus como a História da humanidade, extra-eclesial, são marcadas por sinais de misericórdias, nos tempos atuais, tais
sinais precisam, mais do que nunca, fazer parte da nossa vida, enquanto
cristãos, enquanto crentes e enquanto humanos.
Isso
porque a Misericórdia é o elemento marcante da dignidade do ser humano e da sua
humanidade civilizatória enquanto tal. A antes se ter uma teoria, Misericórdia
é um ato em favor e defesa da vida, e a esperança da verdadeira felicidade. Enquanto
participantes deste mudo, somos
desafiados a ser misericordiosos como Deus para salvar a humanidade das
suas realidades dolorosas, desiguais, exclusivas e contrárias à vida e a
verdadeira felicidade humana.
É
importante observar outro elemento que constitui integralmente à Misericórdia,
a saber, a Justiça. Como afirmou o Papa: “[...], não será inútil recordar a
relação entre justiça e misericórdia.
Não são dois aspectos em contrate entre si, mas duas dimensões de uma única
realidade que se desenvolve gradualmente até atingir o seu clímax na plenitude
do amor”. Por isso urgem destacarmos
situações desumanas que precisam ser iluminadas pela exigência da misericórdia evangélica
e também denunciadas, pelo aspecto profético. Nesse sentido, se dá o primeiro
convite, do Papa Francisco, de conversão feito para os:
[...]
homens e mulheres que pertencem a um grupo criminoso, seja ele qual for. Para
vosso bem, peço-vos que mudeis de vida. Peço-vo-lo em nome do Filho de Deus
[...]. Não caiais na terrível cilada de pensar que a vida depende do dinheiro e
que, à vista dele, tudo o mais se torna desprovido de valor e dignidade. Não
passa de uma ilusão.[...] A violência usada para acumular dinheiro que transuda
sangue não nos torna poderosos nem imortais.
O tráfico de órgãos, de
drogas e de pessoas, tratados na Campanha da Fraternidade de 1014, é, dentre
outras coisas, ação criminosas, que afetam a nossa sociedade e principalmente
trás prejuízo danoso, e muitas vezes irreparável, para os homens, mulheres,
jovens e crianças que estão nas periferias, em condições econômicas e sociais
difíceis, do nosso país. Essas ações se apresentam no nosso cotidiano e
precisam ser modificadas para o resgate da vida e da dignidade, especialmente,
dos pobres e mais abandonados. O amparo social, as políticas públicas de
inserção cultural e humanitárias, as ações solidárias e o persistente convite à
conversão para o humano, e, no livre-arbítrio, para o aspecto espiritual
cristão da vida, são ações de misericórdia que clamar por urgências nos tempos
atuais. No âmbito eclesial tal ação se faz numa Igreja Missionária e em saída
como bem disse o Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium .
O convite à
Misericórdia se dirige aos crentes e “também às pessoas fautoras ou cúmplices
de corrupção”. Esse quadro na nossa
realidade está cada dia mais presente e visível, principalmente no nosso
sistema político atual. Nesse âmbito, algumas ações contra a corrupção
(Mensalão, Petrolão e Lava-Jato) demonstram que muitos dos nossos governantes e
instituições de poder estão envolvido(a)s nessa dinâmica maligna. A corrupção
não só na política, mas até na sociedade, como acentua o próprio Papa:
[...]
é um pecado grave que brasa aos céus, porque mina às próprias bases da vida
pessoal e social. A corrupção impede de olhar para o futuro com esperança,
porque, com a sua prepotência e avidez, destrói os projetos dos fracos e esmaga
os mais pobres.
As
leis que comportam a dinâmica do nosso país precisam ser superadas por ações de
misericórdias que não excluam a pessoa humana, não produza preconceito, não se
reduza a um legalismo e não gere desigualdades, como vem acontecendo. Nesse
sentido, a experiência da justiça e a misericórdia precisam ser a luz do
coração humano. Pois essa foi à própria experiência de Jesus Cristo.
“O
apelo à observância da lei não pode obstaculizar a atenção às necessidades que
afetam a dignidade das pessoas”.
Ações que promovam a dignidade e o bem comum são o que de fato precisamos, na
realidade do mundo e do Brasil.
Nos
capítulo II da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, isto é, a Alegria do Evangelho, o Papa Francisco
apresenta alguns traços característicos da crise atual que sofremos na vida
civil e que de certo modo faz parte do Brasil, a saber, a crise do compromisso
comunitário. O primeiro ponto a ser destacado, contrário à Misericórdia
evangélica é que:
[...]
a maior parte dos homens e mulheres do nosso tempo vive o seu dia
precariamente, com funestas consequências. Aumenta algumas doenças. O medo e o
desespero apoderam-se do coração de inúmeras pessoas, mesmo nos chamados países
ricos. A alegria de viver frequentemente se desvanece; crescem a falta de
respeito e a violência, a desigualdade social torna-se cada vez mais patente.
Essa observação não
está aquém da realidade brasileira, na crise (econômica, ou corrupção econômica?)
que passamos, pois tais características excludentes e de desamparo humanitário
ainda permeia o nosso país. Tal situação desumana grita por justiça e misericórdia
da parte das forças governamentais (prefeitos, deputados, senadores,
presidente) e das instituições, ou entidades de poder do País. Na verdade isso
exige uma ação comunitária de todos pelo bem do país.
Alguns “nãos” precisam
estar na consciência e prática cristã e humana, como “Não a uma economia da
exclusão”, “não a nova idolatria do
dinheiro”, “não a um dinheiro que
governa em vez de servir” e
“não a desigualdade social que gera violência”. Esses são alguns dos males que passamos e que
se mostram patentes e gritantes não situações de rico sociais e existenciais
humanas do Brasil.
Conclusão
A misericórdia e a
justiça na abertura do ano jubilar deve nos motivar a termos mais consciência
cristã e humanitária. Enquanto crentes da santíssima trindade precisamos nos
envolver na mesma dinâmica que o Reino nos insere. Pois assim de fato fazemos
comunhão e participamos da mesma glória de Deus, anunciada por Cristo e Maria.
Porém, tal inserção é
mais do que uma consciência pensante. É um próprio transformar-se em humano, ou
melhor dizendo, tornar-se ou converter-se num outro Cristo. Isso requer
compromisso, responsabilidade, sensibilidade e participação na própria vida e
realidade em que vivemos. Pois tais realidades fazem parte do Reino, pois foram
criadas conforme a boa vontade divina, a sua imagem e semelhança. Para tanto, é
preciso mudar o olhar e o agir. E isso se faz na experiência real com a
Misericórdia de Deus.
A dinâmica prática da
Misericórdia e Justiça nos faz anunciadores e continuadores do mistério que nós
crentes celebramos. Essa também é a resposta de Deus para o anseio das pessoas
crentes e não crentes por dignidade e felicidade. Os problemas, mazelas e exclusões
que passamos e sofremos, principalmente os mais pobre e abandonados, se
fundamentam na ausência ou fechamento para ação de Deus e para o cuidado,
responsabilidade, respeito e verdadeiro amor para com o outro, que possui uma
dignidade natural. Deste modo, quando os bens, o poder, as coisas construídas
por nós, e o nosso ego, valem mais e se sobrepõe à dignidade e sacralidade do
outro e daquilo que nos sustenta gratuitamente (Natureza), então nos desviamos
do caminho de salvação integral, irrompemos com a proposta do Reino e com o bem
comum. Daí se faz necessário denunciar os erros e pecados, e retomar o
horizonte da felicidade humana, religiosa e cristã. Que a misericórdia e
justiça sejam nortes essencias dessa redenção da humanidade, tão necessária
atualmente.
Referências Bibliográficas
FRANCISCO,
Papa. Misericordiae vultus. Bula de
Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Paulinas. 1ª Edição
(português). São Paulo, 2015.
FRANCISCO,
Papa. Exortação Apostólica Evangelii
gaudium: ao episcopado, ao clero, às pessoas consagradas e aos fieis leigos
sobre o anuncio do evangelho no mundo atual. 1ª edição, Paulinas, São
Paulo, 2013.
LIGUORI,
Santo Afonso Maria de. Glórias de Maria:
com indicações de leituras e orações para dois meses marianos. 3 ed.
Portuguesa, Aparecida, SP, Editora Santuário, 1989.