terça-feira, 24 de maio de 2016

Ano Jubilar da Misericórdia (e Justiça): misericórdia trinitária, mariológica, e observações proféticas na realidade atual.


Isaias Mendes Barbosa[1]
RESUMO-
O presente artigo trata de alguns elementos importantes do Jubileu da Misericórdia, apresentados pelo Papa Francisco, no dia de abertura do Ano Santo, isto é, no dia da Imaculada Conceição. Refletindo-se sobre a Misericórdia trinitária, observa-se também a figura de Maria como expressão de Misericórdia. Em vista da temática em questão, se impõe outro conceito complementar, a saber, a Justiça, para se realizar uma compreensão evangélica da realidade atual. Tendo como base a Misericordiae Vultus (2015), a Evangelii Gaudium (2013) e a Glórias de Maria (1750), a presente pesquisa destaca as seguintes questões: i) O Ano Jubilar Santo: o rosto misericordioso da Santíssima Trindade e a importância de Maria em tal projeto, ii) Santo Afonso e a importância da Glórias de Maria para o novo tempo da Misericórdia, iii) A Glórias de Maria e a Misericórdia: a importância de Maria na Misericórdia divina para conosco, e por fim, iv) Misericórdia e Práxis da Justiça na realidade atual. Em tal itinerário traça-se um percurso sobre a experiência e esclarecimento de fé na Misericórdia divina e mariana. Por conseguinte se destaca o fator profético da misericórdia e justiça, como pontos complementares de uma mesma realidade salvífica, numa leitura crítica da dinâmica brasileira.            

Introdução
 O Ano Santo, também conhecido como Ano do Jubileu da Misericórdia, é um tempo de aprofundamento, contemplação, esclarecimento e práxis evangélica da fé cristã una e trinitária. Essa é a proposta inspiradora realizada pela Papa Francisco para a Igreja Católica e para os crentes do mundo inteiro, no dia 08 de dezembro, dia da Imaculada Conceição.
 Esse Espírito de Misericórdia é o caminho de esperança e felicidade tanto para os crentes intra-eclesiais, como para os extra-eclesiais. A abertura das portas do coração humano, na experiência da misericórdia de Deus, deve nos impulsionar para uma entrega e doação de si, em vista da salvação humana e do bem comum. Os sinais de tal comunhão espiritual é o dinamismo missionário, o acolhimento humano, o diálogo e a compaixão para com os nossos semelhantes, crentes ou não, mas que, se constituem, pela fé cristã, como imagens de Deus.
 É deste modo e por esse caminho experimental que a História, de Salvação e da Humanidade, resgata a sua identidade humanitária-civilizatória, os seus valores virtuosos e, também, restaura a sua dignidade até atingir a sua plena realização. Se a Santíssima Trindade é Misericórdia, a figura de Maria não discorda ou contraria tal experiência de amor, mas, pelo contrário, ela se torna, para Igreja e para a fé do povo católico, a expressão de graça divina, da ação redentora de Deus e um socorro em direção ao seu Filho, Jesus. Por isso, destacar-se a relevância de alguns aspectos da figura de Maria que estão na tradição, na história e no coração do povo católico. Isso é observado, retomando a obra Glórias de Maria[2] de Santo Afonso Maria de Ligório, fundador dos Missionários Redentoristas. 
 Se a Misericórdia perpassa o horizonte da humanização, ela deve motivar tanto a conversão do homem como abrir caminhos para a paz, a inclusão, o respeito e até a fé. Porém para a realização de tal projeto de libertação também se exigem um profetismo que não admita o descaso, a divisão, a intolerância, a corrupção, enfim,  as injustiças que acontecem na sociedade.
 Nesse sentido, podemos observar que tanto no Brasil assim como em outros países, a misericórdia e a justiça precisam ser patente e atuante, para vivermos com fé e vida digna. O desafio pertinente é o testemunho e a concretização do Reino de Misericórdia para salvar a pessoa toda.          

1)   O Ano Jubilar Santo: o rosto misericordioso da Santíssima Trindade e a importância de Maria no projeto.

 O ano de 2015 foi um tempo de grande esperança, expectativa e desafios para a Igreja Católica e para os crentes em Deus do Mundo inteiro. Pois nesse referido período celebramos o Ano Santo, ou seja, o ano jubilar da Misericórdia de Deus.  É nessa expectativa, anúncio e boa nova que o Papa Francisco lançou a Bula de proclamação extraordinária da Misericórdia intitulada como Misericordiae Vultus[3], ou seja, o rosto da misericórdia, onde afirmava que: “O Ano Santo abrir-se-á no dia 8 de Dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. Esta festa litúrgica indica o modo de agir de Deus desde os primórdios da nossa história”[4].
 A temática central e que permeia a Bula é a Misericórdia. Deste modo nosso Papa nos convidava a fixarmos “o nosso olhar na misericórdia, para nos tornarmos nós mesmos sinal eficaz do agir do Pai”[5], a fim de tornar mais forte e efetivo o testemunho de nós, crentes,[6]intra e extra-eclesialmente. Uma das expressões significativas deste ano jubilar é a compreensão da Misericórdia na Santíssima Trindade e como ela se desvela no projeto da redenção humana.
Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia: é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia: é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado.[7]
 Não se trata, portanto, de uma simples conceituação, muito menos de uma ideia ou teoria sobre a Misericórdia, mas antes de tudo, se constitui como “uma realidade concreta”[8], “um amor visceral”[9] que provem do íntimo do coração de Deus, como um sentimento profundo, natural, feito de ternura e compaixão, de indulgência e perdão[10] para conosco. Para tanto o Papa nos motiva a contemplarmos o aspecto da misericórdia desde as Sagradas Escrituras (Primeiro e Segundo testamento), desde os primórdios da Igreja Católica, da sua experiência histórico-tradicional e salvífica, e até mesmo, desde a própria experiência histórico-humana. Para exemplificar e inspirar tão profunda experiência de misericórdia, Francisco percorre os salmos, as parábolas, os evangelhos, as linhas do Concílio Ecumênico Vaticano II e as expressões mais significativas de outros Papas que o precederam, como São João XXIII, o Bem-aventurado Paulo VI[11] e São João Paulo II. Todo esse trajeto é realizado por uma motivação fundamental: fazer com “que os anos futuros sejam permeados de misericórdia para ir ao encontro de todas as pessoas levando-lhes a bondade e a ternura de Deus! A todos  os crentes e afastados, possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal do Reino de Deus já presente no meio de nós”[12].
 A experiência da compaixão é revelada como ação primeira e essencial de Deus Uno-Trino. Nesse sentido o Pai Eterno misericordioso é destacado não como um juiz maligno, impiedoso, vingativo e destruidor, mas como rico em misericórdia, clemente, bondoso, paciente e compassivo. “Misericordiosos como o Pai é, pois, o ‘lema’ do Ano Santo. Na misericórdia, temos a prova de como Deus ama. Ele dá tudo de si mesmo, para sempre, gratuitamente e sem pedir nada em troca”[13].
 Tal divino elemento característico de Deus Pai comunga com a experiência de fé de Jesus Cristo. O próprio Filho é ação da Misericórdia do Pai. Pois “A missão, que Jesus recebeu do Pai, foi a de revelar o mistério do amor divino na sua plenitude. ‘Deus é amor’ (I Jo 4, 8.16): afirma-o, pela primeira e única vez em toda a Escritura, o evangelista João”[14]. Nesse sentido o desvelar de tão precioso mistério chega a uma verdade essencial: “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré”[15]. Sendo que Deus é Amor:
Agora este amor tornou-se visível e palpável em toda a vida de Jesus. A sua pessoa não é senão amor, um amor que se dá gratuitamente. O seu relacionamento com as pessoas, que se abeiram dele, manifesta algo de único e irrepreensível. Os sinais que realiza, sobretudo para com os pecadores, as pessoas pobres, marginalizadas, doentes e atribuladas, decorrem sob o signo da misericórdia.[16]
 Assim como o Filho é expressão do Pai, do mesmo modo o Espírito Santo comunga de tal compaixão, revelando Jesus Cristo como imagem do Pai e testemunhando a misericórdia do Pai cumprida de uma vez por todas no Filho. O que move a própria dinâmica da redenção humana, dentro e fora dos limites da Igreja, de um modo evangélico renovado, atual e atuante, é o próprio Espírito Santo. Um momento forte de tal experiência foi no Concílio Vaticano II, quando os “Padres, reunidos no Concílio, tinham sentido forte, como um verdadeiro sopro do Espírito, a exigência de falar de Deus aos homens de seu tempo e de modo mais compreensível”[17].  Do mesmo modo, pela dinâmica do Espírito Santo, Francisco nos exortava, em 08 de dezembro de 1015, na abertura da Porta Santa da Misericórdia, a:
[...] [atravessarmos] a Porta Santa com plena confiança de ser acompanhados pela força do Senhor Ressuscitado, que continua a sustentar a nossa peregrinação. O Espírito Santo, que conduz os passos dos crentes de forma a cooperarem para a obra de salvação realizada por Cristo, seja guia e apoio do Povo de Deus a fim de o ajudar a contemplar o rosto da misericórdia”[18].
 Para reafirma e revitalizar a própria fé da Igreja naquilo que sua doutrina sustenta e afirma sobre a importância da Santíssima Maria nos mistérios divinos, realizados na e para glória de Deus, Francisco escolheu como tempo propício para a abertura do Ano Jubilar da Misericórdia, o dia a Imaculada Conceição:
O Ano Santo Abrir-se-á no dia 8 de dezembro de 2015, [...]. Esta festa litúrgica indica o modo de agir de Deus desde os primórdios da nossa história. Depois do pecado de Adão e Eva, Deus não quis deixar a humanidade sozinha e à mercê do mal. Por isso, pensou e quis Maria santa e imaculada no amor (cf. Ef 1, 4), para que se tornasse a Mãe do Redentor do homem.[19]
            Maria é expressão da ternura de Deus, de seu projeto redentivo, desde sempre. “Ninguém como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne”[20].  As palavras profetizadas no magníficat acenam Maria como testemunho da misericórdia de Deus que é eterna, e da sua dignidade enquanto serva de Deus, Mães do Redentor e porta da Misericórdia, aos homens de boa vontade e que buscam a Deus. Ela testemunhou a misericórdia de Jesus na cruz e é expressão vida do quanto Deus nos ama e quer nos salvar. Porém tal projeto não se fez sem ela, mas pela sua intercessão, auxílio, fidelidade e socorro. Portanto: “Dirijamos-lhe a oração, antiga e sempre nova, da Salve-Rainha, pedindo-lhe que nunca se canse de volver para nós os seus olhos misericordiosos e nos fala dignos de contemplar o rosto da misericórdia, seu Filho Jesus”.[21]
2)   Santo Afonso e a importância da Glórias de Maria para o novo tempo da Misericórdia.
         Se no Jubileu do Ano da Misericórdia a imagem da santíssima trindade é de divina e dignificante importância para nós cristãos crentes em Deus, de comum acordo e estreita comunhão também se apresenta a figura de Maria, mencionada no parágrafo 24 da mesma bula[22]. Todavia tal mistério mariano-misericordioso pode ser observado, na história e tradição da Igreja, em uma figura de especial importância, a saber, Santo Afonso de Ligório (1696-1787), o fundador dos Missionários Redentoristas.
 Para Afonso a Santíssima Maria foi de fundamental importância no seu processo de conversão[23] e no encontro com um Deus louco de amor pela humanidade. O reconhecimento dessa misericordiosa intercessora se concretizou na criação da obra Glorias de Maria (1750)! Esta obra começou a ser feita pouco tempo depois da fundação da Congregação Redentorista, isto é, em meados de 1734, e durou cerca de 15 anos para ser concluída, tendo, com 237 anos após sua publicação, 800 edições espalhadas por diversos países. 
 O percurso foi demorado e profundo. Segundo a tradição e a história da Congregação Redentorista, Santo Afonso, com o apoio dos padres e irmãos da Congregação, passou por uma longa pesquisa nas sagradas escrituras, nos escritos dos santos e teólogos da tradição, para realizar tal trabalho de perito[24]. A obra é constituída de várias citações de santos, beatos, milagres, temas, dias celebrativos e orações pertinentes à Maria. Na primeira parte há um percurso aprofundado sobre as frases da “Salve rainha”, na segunda há comentários e reflexões sobre as principais festas de Maria, suas dores, virtudes e, por ultimo, algumas práticas devocionais. Tudo é entrelaçado com as reflexões, meditações e experiências de fé de Santo Afonso. Deste modo a Glórias de Maria é valiosa e riquíssima tanto no seu conteúdo simples e na sua linguagem como também na sua estrutura textual.
 Podemos perceber que nesta brilhante obra está também presente a força da espiritualidade afonsiana e inseparavelmente redentorista. Essa obra em certo aspecto, superou as limitações do tempo, da história e está alcançando surpreendentemente os tempos atuais, em que se proclamou o Ano Jubilar da Misericórdia. Por isso se torna válido destacar na Glórias de Maria o aspecto misericordioso da Mães de Deus Filho e Mãe nossa, Esposa do Espírito Santo, Filha de Deus Pai e nossa Intercessora junto a Deus. A importância de Maria em sintonia com o Ano Jubilar persiste porque “com toda a verdade, [...] nada opera tanto proveito e conversão do povo, como o sermão sobre a misericórdia de Maria”[25].
3)   A Glórias de Maria e a Misericórdia: a importância de Maria na Misericórdia divina para conosco.
 Na Glórias de Maria a importância e relação da Santíssima Maria com o tema da Misericórdia divina se dá devido a sua amizade com Deus e a própria vontade do Altíssimo, pois “Deus, para glorificar a Mãe do Redentor, determinou e dispôs que, em sua grande caridade, ela intercederia a favor daqueles por quem seu divino Filho satisfez e ofereceu o preço superabundante de seu precioso sangue”[26]. Desse modo é pela vontade de Deus, e não humana ou pessoal, que Maria comunga do projeto da Redenção, por um ato reparador e misericordioso de interceder por nós. Esse valor está assentado na própria ação de Deus, pois foi Ele mesmo que a cumulou de graças diante de Si (Lc1, 30).
 Maria é Rainha de Misericórdia, “cheia de doçura e de clemencia, sempre inclinada a favorecer e fazer bem a nós pobres pecadores”[27]. Ela é “Rainha de Misericórdia, inclinada só a piedade e ao perdão dos pecadores. Por isso quer a Igreja que expressamente lhe chamemos Rainha de Misericórdia”[28]. Sustentando o mesmo titulo misericordioso o Papa Francisco no Ano Jubilar afirmou:
Maria atesta que a misericórdia do Filho de Deus não conhece limites e alcança a todos, sem excluir ninguém. Dirijamos-lhe a oração, antiga e sempre nova, da Salve Rainha, pedindo-lhe que nunca se canse de volver para nós os seus olhos misericordiosos[29].
 Segundo Santo Afonso a Igreja intitula Maria como Rainha de misericórdia afim de que “acreditemos que Maria abre o oceano imenso da misericórdia de Deus a quem quer, quando quer, e como quer. Pelo que não há pecador, nem o maior de todos, que se perca, se Maria o protege”[30]. Daí pode-se perceber o valor e a dignidade misericordiosa da Mãe de Deus e Rainha clemente, no processo de salvação. A sua misericórdia não é só para os justos e os pecadores, mas especialmente para os miseráveis, e qualquer um que a ela recorre. “Pois [-como sustenta Santo Afonso-] não há número de culpas que possa exceder ao vosso poder e amor [, Maria]. Tão grande são eles! Nada resiste ao vosso poder. Pois nosso comum Criador, honrando-vos como sua Mãe, estima como sua a vossa glória”[31]. Além do mais a Igreja e muitos santos sustentam que a misericórdia de Maria para conosco é tão imensa que ela “está na presença da Divina Majestade, continuamente intercedendo por nós com suas poderosas orações”[32].
 Um dos elementos que o Papa Francisco apresenta no Jubileu Extraordinário da Misericórdia é a figura de Maria como a “Mãe da Misericórdia”[33]. Ele nos convida a acompanha-la na “doçura do seu olhar”[34] “para podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus[35]Podemos observar também que Maria é a Mãe de misericórdia. Porém seu título de mãe não é carnal, mas de amor. “Tão somente o amor que nos tem é que a faz ser nossa Mãe. Por isso a Virgem bendiz a si, diz certo autor, de ser Mãe do belo amor, porque é toda caridade para conosco, por ela aceitos como filhos”[36]seus. “Por ser Mãe de misericórdia, nem recusa nem jamais recusou compadecer-se de nossas misérias, e socorrer os infelizes que imploram o auxílio”[37]. Como Mãe que verdadeiramente nos ama ela “[...] até se antecipa aos que a desejam’(Sb 6, 14)”[38], mesmo quando não a rogamos[39].
 Não é por acaso que Maria se derrama de misericordioso amor para conosco, mas por três motivos: a) “A primeira razão do seu grande amor para com os homens é o seu grande amor para com Deus. O amor a Deus e o amor ao próximo”[40]; b) “Além disso, nossa Mãe ama-nos muito, porque lhe fomos entregues por filhos pelo seu amado Jesus. Isto aconteceu quando, antes de expirar, lhe disse: ‘Mulher, eis o teu filho’”[41]; c) “Dai resulta um outro motivo do amor da Virgem para conosco.  É que ela sabe que somos o preço da morte de Jesus Cristo”[42]. Portanto, de modo semelhante ao Filho, a Mãe “a todos oferece e dispensa a sua misericórdia. Nossa Mãe sempre desejou a salvação de todos, e sempre para ela cooperou”[43].
 A devoção popular por nossa Mãe espiritual de amor não contrária aos projetos de Deus e muito menos a doutrina da Igreja. Isso acontece porque Maria nunca desampara seus devotos. Ora, tal devoção só completa aquilo que é da vontade de Deus: que sejamos salvos. Para os devotos de Maria, a certeza que ela nos assegura é uma solicitude benigna nos momentos mais difíceis e finais da vida terrestre: “[...] é o procedimento de Maria com seus devotos. Nas suas angustias e especialmente nas da morte, que de todas são piores, essa boa Senhora e Mãe não abandona seus fiéis servos”[44]. Deste modo, resolutamente “Ainda que sejamos pecadores, tenhamos confiança que Maria há de vir assistir-nos na hora da morte, consolando-nos com sua presença, se a servimos com amor durante os dias que ainda nos resta no mundo”[45].
 É da vontade do Filho que sua Mãe, e nossa Mãe misericordiosa, fosse intercessora, advogada para o nosso auxilio, no grande dia da entrada definitiva do Reino. Porém, até mesmo na luta cotidiana ela é utilíssima e fidedigna pelo nosso socorro.
Diz a este propósito o grande padre da Igreja S. Basílio, que o Senhor nos deu Maria como hospital público, onde se pode recolher todos os enfermos, que são pobres e desamparados de todos os socorro. [...] Portanto, quem se achar mais pobre; isto é, mais despido de merecimentos, e mais oprimido das enfermidades [...] pode dizer a Maria: “Senhora, vós sois o refugio dos enfermos pobres; não me desampareis [...]”.[46]
 Essa tradição de Maria como Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é marca característica dos Redentoristas, que no presente ano jubilar do Ícone da Mãe do Amor, desde o dia 27 de Julho de 2015 até 27 de julho de 2016, tem como motivação missionária peregrinar com o Ícone de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro pelas unidades Redentoristas do mundo, a fim de revitalizar a fé popular e congregacional na Mãe de Deus e na pessoa de seu Filho[47]. Neste sentido a ação reparadora e mediática de Nossa Senhora, a Mãe do belo amor, é tão certa que podemos afirmar como Santo Afonso:
Esta grande compaixão de Maria [...] a leva a nos socorrer e consolar, mesmo quando não a invocamos. É o que nos mostrou durante sua vida, nas bodas de Caná (Jo 2, 3). [...] Se Maria é tão pronta em ajudar, mesmo sem ser rogada, quanto mais será para consolar quem a invoca e a chama em seu auxílio?[48].
 A tradição da Igreja continua sustentando Maria como a figura da “arca de Noé”[49], pois podemos confiá-la a nossa vida, pela sua suas intercessão, como arca segura que nos conduz a Salvação. Também, como disse o Papa Francisco, a pessoa de Maria se liga a “Arca da Aliança entre Deus e os homens”[50]. Essa compreensão não contraria o que afirma Santo Afonso sobre Maria, a saber, que, “como se sabe, era a arca a figura de Maria. Assim como na arca estava o maná, [...] no seio de Maria estava Jesus, de quem o maná foi figura. Por meio desta arca, [Maria,] concede-nos ele a vitória sobre o mundo”[51].  
 O apelo à Virgem Maria não é contrário ao seguimento ou misericórdia de Jesus. “Quem muito enaltece a mãe, não precisa ter receio de obscurecer a glória do filho. Pois quanto mais se honra a Mãe, tanto mais se louva o Filho, diz S. Bernado”[52]. Ora, é “pelos merecimentos do Jesus Cristo [que] foi concedida a Maria a grande autoridade de ser medianeira da nossa salvação, [...] de graça e de intercessão [...]”[53]. Quando suplicamos o auxílio da Virgem Maria, não desconfiamos ou desmerecemos da misericórdia de Deus, mas pelo contrário, desconfiamos de nossa própria dignidade, devido as nossas fragilidades e pecados.
Não há dúvida, confessamos que Jesus Cristo é o único medianeiro da justiça, porque seus méritos nos obtém a graça e a salvação. Mas ajuntamos que Maria é medianeira de graça, e como tal pede por nós em nome de Jesus Cristo e tudo nos alcança pelos méritos dele.[54]
 Todo aquele que deseja obter a graça do Espírito Santo, busque essas graças em Jesus e Maria, pois em tal concordância e unidade estão os dois no mistério divino, pois quando recorremos a um encontramos o outro. Daí Santo Afonso sustentar que “Jesus foi fruto de Maria, como disse S. Isabel (Lc 1, 42), Quem que quer o fruto deve também querer a arvore. Quem, pois quer a Jesus, deve procurar Maria; e quem acha Maria, certamente acha também Jesus”[55].
 Pelo canal da Misericórdia é que Maria nos concede graças. Por isso ela se apresenta como uma esperança para os que creem nela. De fato essa ação compassiva de Maria, que nos concede graças para bem vivermos neste mundo e na eternidade, é um poder que lhe fora concebido por Deus, desde o projeto da encarnação:
Todavia, é também certo que nosso Redentor, quando vivia na terra, quis humilhar-se a ponto de ser submisso a Maria. “E lhes estava sujeito” (Lc 2,51). Sim, desde que Jesus Cristo se dignou escolher Maria por Mãe, estava como Filho realmente obrigado a obedecer-lhe, diz S. Ambrósio. Os outros santos [...] estavam unidos à vontade de Deus; mas teve Maria maior ventura. Pois não só foi submissa à vontade de Deus, mas também o Senhor se submeteu à sua vontade.[56]    
  A partir de então podemos sustentar de clara consciência que Maria pela misericórdia possui poder e agrado diante de seu Filho Jesus. Neste sentido é a Jesus que “dirige-se Maria quando quer obter-nos alguma graça. O filho tanto aprecia [...] os rogos de sua Mãe e tanto deseja ser-lhe agradável, que sua intercessão mais afigura uma ordem do que uma prece”[57]. Por isso Jesus quer honrar sua Mãe querida que tanto O honrou em vida, e lhe assegura tudo o que ela o pede e deseja. Prova disto está nas bordas de Caná, na Galiléia, quando veio a acabar o vinho:
Cheia de compaixão, a Santíssima Virgem pediu ao Filho que os consolasse com um milagre. Expôs-lhe a necessidade em que viam, dizendo: Eles não têm vinho (Jo 2, 3). Respondeu-lhes Jesus: “Que há entre mim e ti mulher? A minha hora ainda não chegou”. Note-se que aparentemente o Senhor sonegou a graça desejada por sua Mãe, com as palavras acima citadas: Que importa a mim e a ti essa falta de vinho? [...]. Contudo, Maria, como se o Filho a tivesse atendido, disse aos criados: “Fazei tudo o que ele vos dizer!” Eia, ânimo, sereis consolados! E com efeito, Jesus Cristo para dar gosto a Maria mudou a água em ótimo vinho. [58]
 Se em Santo Afonso se destaca tão grandes requisitos, dignidades, exaltações, virtudes e valores sobre a misericórdia de Maria, tais elementos de sua graça e bem aventurança não acontecem por acaso ou por merecimento próprio, mas por diversos fatores, dentre os quais se destaca a ação misericordiosa de Deus Pai e a comunhão de Maria no mistério trinitário. Assim, portanto, “Foi para dispensar-nos todas as misericórdias possíveis [...] que o Eterno Pai, além de Jesus Cristo, nosso principal advogado, nos deu ainda Maria Santíssima como advogada”[59].
Não há dúvida, Jesus é o único medianeiro de justiça entre Deus e os homens, o único que em virtude dos próprios méritos nos pode obter graça e perdão, e de acordo com suas promessas também o quer. Mas como em Jesus Cristo reconhecem e temem os homens a majestade divina, aprouve a Deus dar-nos outra advogada a quem recorrer pudéssemos com maior confiança e menor receio. E temo-la em Maria [...]. Grande injúria faz à piedade desta amável advogada quem se intimida de vir à sua presença.[60]   
 Outro fator que contribui para que a Mãe de misericórdia seja tão agraciada é o amor que o próprio Deus tem por nós. Tornando-se por livre vontade a Mãe de Deus Filho, Maria abre para o mundo “a fonte de piedade”, o caminho de salvação, as portas da Misericórdia tão desejada por Deus. É no projeto redentor do Pai que Maria se torna serva e medianeira da Misericórdia, pois foi nela que Deus encontrou um templo favorável e digno para a encarnação de Jesus. Daí, por livre decisão do Amor e por livre abertura de Maria é que possuímos a fonte de toda Misericórdia.
 A vida que Maria levou na terra foi de grande misericórdia. 1º) Os cuidados para com os mais abandonados e infelizes tão amados por Deus, 2º) a preocupação em fazer progredir a graça divina quando imediatamente visitou Isabel, 3º) os padecimentos na cruz ao ver seu Filho ser crucificado pelos líderes políticos e religiosos, 4º) a intercessão pelos casais nas bodas da Caná, 5º) a filiação espiritual e amorosa por nós, quando seu Filho estava na cruz, 6º) o alegre anúncio aos apóstolos da Ressurreição de seu Filho, 7º) a motivação perseverante na vinda do Espírito Santo e 8º) a permanência com os discípulos até sua entrada aos céus, são sinais que demonstram o quanto Maria foi fiel ao projeto de Deus e se tornou uma Mãe de misericórdia para os mais abandonados e principalmente os infelizes pecadores, desesperançados da Misericórdia divina. Além disso argumenta Santo Afonso:
Se grande foi a piedade de Maria [...], quando vivia no mundo, muito maior é ela agora no céu. E a prova está em que agora a Virgem melhor conhece nossas misérias. Sua misericórdia aumentou com esse conhecimento, como o demonstram as inumeráveis graças que nos alcança. Como em esplendor o sol supera à lua, assim a compaixão de Maria, no céu, excede a que tinha durante sua vida na terra.[61]  
Portanto, as honras à Maria pela sua misericórdia nos tempos atuais devem ser nossa especial meditação e dedicação. Não há pecador algum que tendo lhe pedido socorro não fora atendido. Ela por participar da comunhão divina e celestial tem grande dignidade e goza mais ainda da infinita misericórdia da trindade. Sua vontade é a nossa salvação e em vista de tão sublime missão, ela intercede eternamente no céu por nós. Por isso corramos ao encontro de Maria, que acertadamente encontraremos Jesus e não deixemos de recorrer a tão bela misericordiosa Mãe que por participar da graça divina e pela dignidade de Mãe misericordiosa de Deus pode nos auxiliar, nos socorrer, interceder por nós, defender a nossa causa e nos dar a Salvação, como fez aqui na terra, nos entregando seu Filho.   

4)   Misericórdia e Práxis da Justiça na realidade atual.

 Deter-se sobre a Misericórdia de Deus e sua ligação com a figura de Maria no projeto redentivo, não pode nos ausentar de sinalizar, de modo profético, algumas luzes, caminhos e desafios que precisam ser superado na realidade atual do mundo, e de modo específico no Brasil. Se tanto a História de salvação do povo de Deus como a História da humanidade, extra-eclesial, são marcadas por sinais de misericórdias, nos tempos atuais, tais sinais precisam, mais do que nunca, fazer parte da nossa vida, enquanto cristãos, enquanto crentes e enquanto humanos.
 Isso porque a Misericórdia é o elemento marcante da dignidade do ser humano e da sua humanidade civilizatória enquanto tal. A antes se ter uma teoria, Misericórdia é um ato em favor e defesa da vida, e a esperança da verdadeira felicidade. Enquanto participantes deste mudo, somos desafiados a ser misericordiosos como Deus para salvar a humanidade das suas realidades dolorosas, desiguais, exclusivas e contrárias à vida e a verdadeira felicidade humana. 
 É importante observar outro elemento que constitui integralmente à Misericórdia, a saber, a Justiça. Como afirmou o Papa: “[...], não será inútil recordar a relação entre justiça e misericórdia. Não são dois aspectos em contrate entre si, mas duas dimensões de uma única realidade que se desenvolve gradualmente até atingir o seu clímax na plenitude do amor”[62]. Por isso urgem destacarmos situações desumanas que precisam ser iluminadas pela exigência da misericórdia evangélica e também denunciadas, pelo aspecto profético. Nesse sentido, se dá o primeiro convite, do Papa Francisco, de conversão feito para os:
[...] homens e mulheres que pertencem a um grupo criminoso, seja ele qual for. Para vosso bem, peço-vos que mudeis de vida. Peço-vo-lo em nome do Filho de Deus [...]. Não caiais na terrível cilada de pensar que a vida depende do dinheiro e que, à vista dele, tudo o mais se torna desprovido de valor e dignidade. Não passa de uma ilusão.[...] A violência usada para acumular dinheiro que transuda sangue não nos torna poderosos nem imortais.[63]  
            O tráfico de órgãos, de drogas e de pessoas, tratados na Campanha da Fraternidade de 1014, é, dentre outras coisas, ação criminosas, que afetam a nossa sociedade e principalmente trás prejuízo danoso, e muitas vezes irreparável, para os homens, mulheres, jovens e crianças que estão nas periferias, em condições econômicas e sociais difíceis, do nosso país. Essas ações se apresentam no nosso cotidiano e precisam ser modificadas para o resgate da vida e da dignidade, especialmente, dos pobres e mais abandonados. O amparo social, as políticas públicas de inserção cultural e humanitárias, as ações solidárias e o persistente convite à conversão para o humano, e, no livre-arbítrio, para o aspecto espiritual cristão da vida, são ações de misericórdia que clamar por urgências nos tempos atuais. No âmbito eclesial tal ação se faz numa Igreja Missionária e em saída como bem disse o Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium [64].  
             O convite à Misericórdia se dirige aos crentes e “também às pessoas fautoras ou cúmplices de corrupção”[65]. Esse quadro na nossa realidade está cada dia mais presente e visível, principalmente no nosso sistema político atual. Nesse âmbito, algumas ações contra a corrupção (Mensalão, Petrolão e Lava-Jato) demonstram que muitos dos nossos governantes e instituições de poder estão envolvido(a)s nessa dinâmica maligna. A corrupção não só na política, mas até na sociedade, como acentua o próprio Papa:
[...] é um pecado grave que brasa aos céus, porque mina às próprias bases da vida pessoal e social. A corrupção impede de olhar para o futuro com esperança, porque, com a sua prepotência e avidez, destrói os projetos dos fracos e esmaga os mais pobres.[66]
 As leis que comportam a dinâmica do nosso país precisam ser superadas por ações de misericórdias que não excluam a pessoa humana, não produza preconceito, não se reduza a um legalismo e não gere desigualdades, como vem acontecendo. Nesse sentido, a experiência da justiça e a misericórdia precisam ser a luz do coração humano. Pois essa foi à própria experiência de Jesus Cristo.
“O apelo à observância da lei não pode obstaculizar a atenção às necessidades que afetam a dignidade das pessoas”[67]. Ações que promovam a dignidade e o bem comum são o que de fato precisamos, na realidade do mundo e do Brasil.   
Nos capítulo II da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium[68], isto é, a Alegria do Evangelho, o Papa Francisco apresenta alguns traços característicos da crise atual que sofremos na vida civil e que de certo modo faz parte do Brasil, a saber, a crise do compromisso comunitário. O primeiro ponto a ser destacado, contrário à Misericórdia evangélica é que:
[...] a maior parte dos homens e mulheres do nosso tempo vive o seu dia precariamente, com funestas consequências. Aumenta algumas doenças. O medo e o desespero apoderam-se do coração de inúmeras pessoas, mesmo nos chamados países ricos. A alegria de viver frequentemente se desvanece; crescem a falta de respeito e a violência, a desigualdade social torna-se cada vez mais patente.[69]
          Essa observação não está aquém da realidade brasileira, na crise (econômica, ou corrupção econômica?) que passamos, pois tais características excludentes e de desamparo humanitário ainda permeia o nosso país. Tal situação desumana grita por justiça e misericórdia da parte das forças governamentais (prefeitos, deputados, senadores, presidente) e das instituições, ou entidades de poder do País. Na verdade isso exige uma ação comunitária de todos pelo bem do país.
Alguns “nãos” precisam estar na consciência e prática cristã e humana, como “Não a uma economia da exclusão”[70], “não a nova idolatria do dinheiro”[71], “não a um dinheiro que governa em vez de servir”[72] e “não a desigualdade social que gera violência”[73].  Esses são alguns dos males que passamos e que se mostram patentes e gritantes não situações de rico sociais e existenciais humanas do Brasil.
Conclusão
          A misericórdia e a justiça na abertura do ano jubilar deve nos motivar a termos mais consciência cristã e humanitária. Enquanto crentes da santíssima trindade precisamos nos envolver na mesma dinâmica que o Reino nos insere. Pois assim de fato fazemos comunhão e participamos da mesma glória de Deus, anunciada por Cristo e Maria.
               Porém, tal inserção é mais do que uma consciência pensante. É um próprio transformar-se em humano, ou melhor dizendo, tornar-se ou converter-se num outro Cristo. Isso requer compromisso, responsabilidade, sensibilidade e participação na própria vida e realidade em que vivemos. Pois tais realidades fazem parte do Reino, pois foram criadas conforme a boa vontade divina, a sua imagem e semelhança. Para tanto, é preciso mudar o olhar e o agir. E isso se faz na experiência real com a Misericórdia de Deus.
             A dinâmica prática da Misericórdia e Justiça nos faz anunciadores e continuadores do mistério que nós crentes celebramos. Essa também é a resposta de Deus para o anseio das pessoas crentes e não crentes por dignidade e felicidade. Os problemas, mazelas e exclusões que passamos e sofremos, principalmente os mais pobre e abandonados, se fundamentam na ausência ou fechamento para ação de Deus e para o cuidado, responsabilidade, respeito e verdadeiro amor para com o outro, que possui uma dignidade natural. Deste modo, quando os bens, o poder, as coisas construídas por nós, e o nosso ego, valem mais e se sobrepõe à dignidade e sacralidade do outro e daquilo que nos sustenta gratuitamente (Natureza), então nos desviamos do caminho de salvação integral, irrompemos com a proposta do Reino e com o bem comum. Daí se faz necessário denunciar os erros e pecados, e retomar o horizonte da felicidade humana, religiosa e cristã. Que a misericórdia e justiça sejam nortes essencias dessa redenção da humanidade, tão necessária atualmente.       
    
Referências Bibliográficas
ANDRADE, Juventius. Ano Jubilar celebra os 150 anos da entrega do Ícone da Mãe do Perpétuo Socorro aos Redentoristas. Disponível em: http://www.a12.com/redentoristas/noticias/detalhes/jubileu-redentorista-e-aberto-em-roma.  Acesso em 20 de Mai.2016.
FRANCISCO, Papa. Misericordiae vultus. Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Paulinas. 1ª Edição (português). São Paulo, 2015.
FRANCISCO, Papa. Exortação Apostólica Evangelii gaudium: ao episcopado, ao clero, às pessoas consagradas e aos fieis leigos sobre o anuncio do evangelho no mundo atual. 1ª edição, Paulinas, São Paulo, 2013.
LIGUORI, Santo Afonso Maria de. Glórias de Maria: com indicações de leituras e orações para dois meses marianos. 3 ed. Portuguesa, Aparecida, SP, Editora Santuário, 1989.








[1] Cursou Filosofia na Universidade Estadual do Ceará. 
[2]LIGUORI, Santo Afonso Maria de. Glórias de Maria: com indicações de leituras e orações para dois meses marianos. 3 ed. Portuguesa, Aparecida, SP, Editora Santuário, 1989.
[3]FRANCISCO, Papa. Misericordiae vultus. Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Paulinas. 1ª Edição (português). São Paulo, 2015.
[4] Ibidem, p. 4.
[5] Ibidem.
[6] Ibidem.
[7] Ibidem, p. 3-4.
[8] Ibidem, p. 10
[9] Ibidem.
[10] Ibidem.
[11] Ibidem, p. 6.
[12] Ibidem, p. 8.
[13] Ibidem, p. 21. (Grifo nosso)
[14] Ibidem, p.11.
[15] Ibidem, p. 3.
[16] Ibidem, p.11.
[17] Ibidem, p. 6.
[18] Ibidem, p. 7-8.
[19] Ibidem, p. 4.
[20] Ibidem, p. 39.
[21] Ibidem, p. 38-39.
[22] No parágrafo 24 da bula do Jubileu da Misericórdia o Papa afirma: “O pensamento volta-se agora para a Mãe da Misericórdia. A doçura do seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo, para podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus. Ninguém, como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne. A Mãe do Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia divina, porque participou intimamente no mistério do seu amor”. Cf. Ibidem, p.25.
[23] Segundo comenta o Pe. Flávio Cavalca de Castro (CSsR), nas “Glórias de Maria” sobre Santo Afonso: “Concluindo seu livro, Afonso assim dizia a Maria: ‘Agora posso dizer que morro contente, por deixar na terra meu livro que continuará a louvar-vos e a pregar o vosso amor, como tenho sempre procurado fazer durante estes anos que têm seguido a minha conversão, que por meio de vós alcancei de Deus, ó Maria Imaculada”. Cf. LIGUORI, 1989, p.9
[24] Como Santo Afonso mesmo afirma sobre isso: “Eu mesmo tenho examinado muitos livros, grandes e pequenos, que tratam das glórias de Maria. Mas por considera-los, ou raros ou volumosos, ou menos correspondente à minha intensão, apliquei-me em compor este trabalho. Em breve compilação tirei de todos os autores, ao meu alcance, as mais belas e edificantes sentenças dos Santos Padres e dos teólogos”. Cf. Ibidem, p.27.
[25] Ibidem, p.30.
[26] Ibidem, p.25.
[27] Ibidem, p.36.
[28] Ibidem.
[29] FRANCISCO, 2015, p.38-39.
[30] LIGUORI, 1989, p.39.
[31] Ibidem, p.40. (Acréscimo Nosso)
[32] Ibidem, p. 161.
[33] FRANCISCO, 2015, p.37.
[34] Ibidem.
[35] Ibidem, p. 38.
[36] LIGUORI, 1989, p. 53.
[37] Ibidem, p. 102.
[38] Ibidem, p. 116.
[39] Ibidem, p.117.
[40] Ibidem, p. 53.
[41] Ibidem, p.55.
[42] Ibidem, p.57.
[43] Ibidem, p. 58.
[44] Ibidem, p. 88.
[45] Ibidem, p.93.
[46] Ibidem, p. 107.
[47] Cf. ANDRADE, Juventius. Ano Jubilar celebra os 150 anos da entrega do Ícone da Mãe do Perpétuo Socorro aos Redentoristas. Disponível em http://www.a12.com/redentoristas/noticias/detalhes/jubileu-redentorista-e-aberto-em-roma. Acesso em 20 de Mai.2016.
[48] Ibidem, p.117.
[49] Ibidem, p.109. (Grifo nosso)
[50] FRANCISCO, Papa. 2015, p. 38. (Grifo nosso)
[51] LIGUORI, 1989, p. 124.
[52] Ibidem, p. 131.
[53] Ibidem.
[54] Ibidem, p. 134.
[55] Ibidem, p. 142.
[56] Ibidem, p.151.
[57] Ibidem, p.153.
[58] Ibidem, p.154.
[59] Ibidem, p.163.
[60] Ibidem.
[61] Ibidem, p. 177.
[62]FRANCISCO, Papa. 2015, p. 30.
[63]Ibidem, p. 29.
[64] FRANCISCO, Papa. Exortação Apostólica Evangelii gaudium: ao episcopado, ao clero, às pessoas consagradas e aos fieis leigos sobre o anuncio do evangelho no mundo atual. 1ª edição, Paulinas, São Paulo, 2013, p.19.
[65]FRANCISCO, Papa. 2015, p. 29.
[66]Ibidem.
[67]Ibidem, p. 32.
[68]FRANCISCO, Papa. Exortação Apostólica Evangelii gaudium: ao episcopado, ao clero, às pessoas consagradas e aos fieis leigos sobre o anuncio do evangelho no mundo atual. 1ª edição, Paulinas, São Paulo, 2013.
[69] Ibidem, p. 47.                                                                                                                                    [70] Ibidem.
[71] Ibidem, p. 49.
[72] Ibidem, p. 51
[73] Ibidem, p. 52.

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