sexta-feira, 13 de abril de 2018

Que tipo de ateu eu sou: profissão de fé.




   Muito se fala em profissão/
Na Teologia Fundamental/
Fé, Revelação e Credibilidade/
São os termos principais.

Mas existe uma fé/
Que não posso professar/
É a de um deus injusto/
Que nos veio condenar.

Eu não creio num deus ingrato/
Que ao homem esqueceu/
Ou que é mal para os malvados/
E somente bom aos seus.

Eu não creio num deus distante/
Que nunca nos vem falar/
Muito menos deus estranho/
Que não sabe o que é amar.

Eu não creio em deus droga/
Em deus lucro/ no deus dinheiro/
Que só trouxe para nós/
Muita dor no mundo inteiro.

Eu não creio no deus morte/
No deus ira-vigarista/
No deus bem interesseiro/
Que pensam os capitalistas.

Eu não creio no deus milagreiro/
Que faz tudo como mágica/
Que não ensina com sua vida:/
Qual é o caminho da Graça.

Não creio num deus maldoso/
Que olha para condenar/
Que está com uma pá/
Para o povo no inferno colocar.

Eu não creio no deus mercado/
Que muita gente faz sofrer/
Pra gastar o que não tem/
E a vida vir perder.

Eu não creio em um deus/
De não tenha vontade boa/
Que não ama por igual/
Excluindo as pessoas.

Eu não creio em um deus/
Que nunca se revelou/
E que disse para os seus/
Assassine o meu Amor.

Eu não creio no deus “mal”/
No “egoísmo” e no “descaso”/
No que troca uma vida/
Por um par de sapatos.

Eu não creio em um deus/
Que exclui ou fala mal/
Que não tenha compaixão/
Que apoie qualquer mal.

Não creio num deus criado/
Pela mente dos humanos/
Um deus que privilegia alguns/
Mas exclui o outro tanto.

Eu não creio em um deus/
Que criou esse planeta/
Para o homem o explorar/
E acabar com a Natureza.

Eu não creio em um deus/
Que domina nossa mente/
Que nos quer manipular/
Nos fazer de maionete


Por não crer em tantos deuses/
Posso fala pra você/
Que pensando desse modo/
Eu confesso: sou ateu.

Não ateu como os outros/
Deles nada tenho contra/
Até respeito os que amam/
Sem levar a fé em conta.

Se lhe digo: sou ateu/
Vou agora aclarar/
E dizer no que eu creio/
A fé que vou professar.

Eu creio no Deus amor/
Que nos fez: dignidade/
Que mesmo eu sendo imperfeito/
Ele mantem a lealdade.


Eu creio no Criador/
Que nos fez por Amor/
Que nos uniu a Deus de novo/
Por Jesus: o Redentor.

Eu creio no Deus-Amor/
Que olhou nosso clamor/
E por isso se encarnou/
Pra apagar a nossa dor.

Num Deus que é humano/
E por isso nos entende/
Mas nos chama pelo nome/
Deixar de ser indigente.

Um Deus que é bem justo/
Misericórdia, Salvação/
Que até deu-nos sua vida/
E também o seu perdão.

Um Deus que está conosco/
Que não cansa de amar/
E por isso se entrega/
Pra nossa vida resgatar.

Um Deus que é libertador/
Da escravidão do mundo/
Esse mundo que criamos/
Cada dia mais injusto.

Creio em Deus que é Uno e Trino/
Que se Revelou então/
Na pessoa –divina e humana- de Jesus/
Na sua encarnação.

Creio em Deus que é Pai, Irmão/
Que é amigo de montão/
Que é ternura, compaixão/
A verdade, Coração.

Que é Mãe e me acolhe/
Que é avô e me socorre/
Que é família responsável/
Que é minha grande sorte.

Que é mendigo a me falar/
Que é criança a me olhar/
Que é mulher a me tocar/
Como uma mãe a me abraçar.

Creio em Deus na Natureza/
Lá no Céu, na Terra e Mar/
Nas flores que a me se abrem/
No Sol que vai raiar.

Creio em Deus em todo canto/
Sem todo canto Ele estar/
Esse Deus é o que eu Creio/
Nunca vai me abandonar.

Creio em Deus em todo ser/
Mesmo “O ser” não sendo Deus/
E para quem não pensa em Deus/
Ele não te esqueceu.


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