quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Lula e Dilma: percursos e desafios no Brasil

Depois de uma disputa acirrada contra o tucano Aécio Neves com 48, 3% de votos, a petista Dilma Rousseff, com 51, 6% de voto, continua na cadeira da presidência do nosso País. Seu legado é uma continuação do governo Lula, cuja maior expressão política de assistência à sociedade civil e aos mais pobres, foi à realização do projeto bolsa família, dentre outros.  Continuar o projeto Lula no segundo turno é o grande desafio de Dilma até então. Neste sentido o governo Lula e sua continuação (Governo Dilma) são sinais de esperança para a sociedade civil e de modo especial para o povo desassistido da sociedade e para o progresso do país como um todo que, segundo firma Delfim Netto, só tem um caminho: crescer!
Tendo como base de reflexão o documento América Latina: sociedade em mudanças do Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM) e a Carta Capital , apresentar-se-á alguns pontos que já se realizaram no atual governo Dilma, deste o anterior, de Lula da Silva, e destacar algumas luzes que podem ajudar no caminho do nosso país.
O documento do CELAM apresenta sobre a realidade da América Latina em seu conjunto: o cenário cultural, social, econômico e político na América Lantina. Porém, essas orientações e dicas também são úteis para demonstrar os avanços do atual governo no Brasil e seus desafios, pois as ideias contidas no documento concordam até certo ponto, com as ideias de grandes estudiosos e comentadores sobre os desafios do atual governo Dilma e suas relações comerciais internacionais.
Uma das mudanças, no nosso país e nas suas relações internas de auxílio à sociedade civil, mais significativas e expressivas da história, se realizou em 2003 quando o povo elegeu para presidência o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva. Esse fato histórico é confirmado quando o Doutor em Ciências Sociais, pela Pontifícia Universidade Gregoriana, Victo Chavez, no Informe do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) afirma sobre a sociedade civil no Brasil, nos seguintes termos:
o caso do Brasil é paradigmático, no sentido de que se percebe o maior desenvolvimento dessa subjetividade de maneira organizada, articulada, denunciante, mas também propositiva, com recursos econômicos e agora com o apoio substancial por parte do governo do Presidente Lula da Silva. (...) O modelo do Brasil provavelmente não seja um modelo exportável, mas pode ensinar outras sociedades o que é capaz de fazer, o que os excluídos e desencantados pelo sistema dominante podem fazer, quando se organizam e constroem o seu futuro a partir “do micro”. (CELAM, 2005, p.25). (Grifo nosso).
A sociedade civil, os excluídos e desencantados com o sistema dominante exclusivo e explorador, a saber, no Governo FHC e anteriores (Ditadura?), mostraram de fato sua força democrática quando elegeram durante dois mandatos de governos consecutivamente Lula e Dilma. Segundo Mauricio Dias da Carta Capital comenta sobre o presidente do Ibope Carlos Augusto Montenegro e o atual governo: “Montenegro acredita que a vitória de Dilma foi baseada nos programas sociais do governo Lula e naqueles que ela própria criou ao longo do seu primeiro mandato.” (Cf. Carta Capital, 29 de outubro, 2014, p.24). O desafio agora passa a ser o impulso no sistema econômico do país, sem perder de vista as ações sociais, de assistência civil e a participação do povo nas decisões do nosso país para que possamos crescer.
Segundo o documento do CELAM apresenta como hipótese sobre o caminho a percorrer da América Latina, útil também para a situação do Brasil:
um novo momento de época parece estar surgindo. (...) Aqui nos atrevemos pensar que talvez a resposta esteja em trabalhar simultaneamente tanto na estrutura como na cultura. Ou, com mais precisão, nas estruturas- e outro espaços- mas com enfoque cultural. (...) recuperar o sentido comunitário da vida pessoal e eclesial como caminho pedagógico permanente. (...) Não bastam os planos e projetos de reforma, por mais alternativos que se manifestem. Eles são necessários, mas não suficientes. Somos da opinião de que um novo processo precisa ser estimulado mesmo quando pareça menos causador de impactos- por ser mais lento. Um processo educativo que nos permita recuperar nossas identidades socioculturais. (CELAM, 2005, p.22) (Grifo Nosso)
Essa hipótese serve para a situação sócio-cultural-político-econômica do Brasil, no governo Dilma. Mudança de estruturas que já não apresentam serviço produtivo e eficiente para a sociedade. Estas estruturas não tem sentido de permanecer, pois elas não atingem o sentido da existência humana e nem propicia o bem estar social e o combate à pobreza, que deve ser é a nossa busca maior.
Segundo o documento do CELAM afirma sobre a luta contra a pobreza a partir do crescimento do comercio e da ajuda:
O comercio e o investimento não são fins em si mesmo, mas instrumentos pra alcançar um desenvolvimento justo e sustentável. Os cidadãos e as cidadãs têm o direito de participar da formulação, instrumentalização e avaliação de políticas sociais e econômicas continentais. (CELAM, 2005, p.57).
      Esse indicativo ético e político para o desenvolvimento dos países é de fundamental importância e relevância para a estrutura interna e suas relações comerciais internacionais no atual governo. A participação do povo é um dos fatores que contribuem para um desenvolvimento sustentável da nação e para eliminação de sua desigualdade social que afeta a muitos brasileiros. Daí se faz necessário novos caminhos que der rumo ao Brasil.Segundo Sávio de Tarso na Carta Capital ( 2014, p.40): “O Brasil do futuro precisa unir três conceitos: planejamento, inovação e sustentabilidade.” Segundo eleÉ essa a principal conclusão dos especialistas reunidos em um debate da série Diálogos Capitais, realizado em São Paulo, na terça feira 21”. Os temas mais pertinentes são “a escassez de água, criatividade na busca de modelos e tecnologias e desenvolvimentos equilibrados do meio empresarial”. (CARTA CAPITAL, 29 de outubro, 2014, p.40).
O Diálogo com o parlamento, o apoio do ex-presidente Lula, as iniciativas de mudanças estruturais no sistema político com uma nova constituinte, a regulamentação e participação dos conselhos no Congresso (negada por muitos parlamentares) foram algumas medidas tomas no governo de Dilma que já sacudiram o Congresso em sua ala fechada e conservadora. Essas medidas indicam um trabalho conjunto entre sociedade civil, mercado e governo, em que o povo tem uma maior abertura e protagonismo nas questões de regência do nosso país. Isso está em acordo com o apresentado pelo documento do CELAM, que propõe uma integração e atuação em conjunto para o crescimento do país nas suas relações internas e externas (Cf. CELAM, 2005, p.58).
No setor econômico atual, Dilma terá que promover uma expansão da economia, área de sua especialidade. Segundo Delfim Neto na Revista Capital em relação ao sistema econômico brasileiro e suas relações internacionais:
temos de voltar a crescer. Não existe alternativa. Há sinais desagradáveis na economia, entre eles um aumento da dívida em relação ao Produto Interno Bruto, mas eles podem ser corrigidos. (...) Dilma perdeu a credibilidade no setor econômico por ter sacrificado o equilíbrio fiscal e ter sido um pouco leniente com a inflação. Tudo isso para conservar a inclusão social. Mesmo sem o apoio do setor econômico ela ganhou a eleição, por causa do suporte social, pelo fato de manter os empregos e a melhora dos salários. (CARTA CAPITAL, 05 de novembro de 2014, p.23 - 24).
Na antiga gerência do País, regida pelo sistema neoliberal, tivemos problemas grandes para a camada mais pobre do país e a desigualdade social se tornou cada vez mais patente. O modelo neoliberal promoveu o maior desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e dependência do capital internacional. Como percebido na citação acima, o governo de Lula e Dilma promoveram mudanças significativas como uma instabilidade econômica interna. Se compararmos à crise econômica na Europa, o Brasil não se sentiu tão abalado quanto aos demais países.
Segundo Delfin assinala:
O Brasil abandonou o setor externo desde 1984. Naquele momento, nossa participação no comercio internacional equivaleria a 1,3%. Hoje, está no mesmo patamar. (..) Fizemos coisas importante no caminho, a estabilização, a inclusão...Mas nunca nos preocupamos com as exportações. Dá para recuperar? Sim. (...) Temos de voltar a conversar cm essas companhias, discutir maneiras de incluir a nossa economia nas cadeias globais. O cambio é importante, mas não é tudo. Temos um enorme mercado interno, é fato. Precisamos, porém, do mercado externo para ganhar escala. (CARTA CAPITAL, 5 DE NOVEMBRO, 2014, p.25).
Outros elementos que o CELAM sublinha sobre a realidade da América Latina, com seu modelo neoliberal e do avanço tecnológico na modernidade foi que:
a gestão pública dos governos deixou muito a desejam técnica e operacionalmente, simplesmente porque a elite política, que teve por décadas acesso ao know hnw da administração pública, basicamente pertencia aos regimes autoritários. Posteriormente, a gerência pública foi deixada nas mãos dos chamados tecnocratas, e está claro que em nível mundial esse tipo de funcionalidade está de saída, simplesmente por sua insensibilidade social, quando é precisamente na questão social que se perfila uma das principais vulnerabilidades da situação latino-americana. (CELAM,2005, p.67-68).(Grifo nosso)
O Brasil passou por esse processo e não soube lidar corretamente nas suas relações comerciais internacionais e internamente. Com os investimentos no comercio internacional e o projeto neoliberal mais ligado aos interesses dos ricos, o comercio se opôs às necessidades e interesses dos pobres. Com o comercio internacional e seus desafios os países da América Latina, da década de 60 até 90 tiveram relações comerciais externas com o Banco Mundial, dentre outros, com o objetivo de aumentar a renda per capita dos países menos favorecidos como Brasil, para que a desigualdade fosse encurtada, disso, derivou dívida externa que freou a luta contra a pobreza. Porém, no governo Lula tivemos uma estagnação da pobreza, que marcou o caráter progressivo social e econômico interno do país.
Outro elemento que se torna relevante na situação do país é a questão da violência e da corrupção. Segundo o documento da América Latina: sociedade em Mudanças já indicava, nesses termos:
Erradicar a violência é um dos grandes desafios para quebrar a tensão da situação política latino-americana, seja pelas insuficiências do Estado de direito, seja pelo grau de corrupção que algumas sociedades alcançaram; trata-se de um dos tópicos que em maior medida laceram a dignidade das pessoas. (CELAM, 2005, p.69).
       Isso indicativo contrasta com a situação política e social do Brasil. Mensalão, corrupção, violência e inseguranças foram fatores que sentimos mais presentes nesses tempos. Segundo o CELAM já afirmava: “As corporações de seguranças manifestam-se ultrapassadas, e os governos não estão em condições de competir com a infraestrutura do crime organizado, particularmente com os cartéis do narcotráfico” (Cf. CELAM, 2005, p.69).
Medidas urgentes e efetivas para acabar com a corrupção tanto política como empresarial, assim como com o narcotráfico, de pessoas, órgãos e drogas, dentre outros, se faz necessário no governo atual.
Outro elemento que destaca o documento é a questão da relação da educação e saúde que as mudanças do desenvolvimento econômico originam:
Os maiores níveis de educação e de salário em segmentos importantes da população não produzem necessariamente cidadãos complacentes com o sistema, mas antes cidadãos mais críticos. Em muitos casos, isto se traduz em uma população mais educada e mais frustrada. (...) Uma maior educação é em grande parte responsável na região pelos protestos populares contra a corrupção e o mau desempenho dos governos. Muitos mais aprenderam a defender seus direitos. (...) Os governos hoje em dia são mais investigados por seus povos, porque há mais educação. Se a mudança de condições na região se dá com a educação, então a velocidade da mobilidade social é intergerações. (Cf. CELAM, 2005, p.75).
Esse indicativo apresenta o que de antemão tivemos nos últimos dois anos no Brasil. As manifestações populares, interligadas aos sindicatos dos trabalhadores e outras camadas sociais populares foram respostas da população mais consciência de seus direitos. Luta por educação, saúde, segurança, salário digno, foram manifestações, nem sempre coerente como suas exigências, que aconteceram no Brasil e demonstraram que o povo tem uma consciência mais acertada sobre seus direitos, apesar de nem sempre saberem se articular.
Portanto, tivemos mudanças significativas nos dois governos. No governo Lula tanto houve benefícios nas relações comerciais do Brasil com outros países como internamente como os projetos de assistência sociais, minha casa e minha vida, o aumento da base de distribuição de renda e programas de direitos fundamentais para milhões, assim como os investimentos no setor agrícola, nos projetos de cursos e educação de inclusão social e o pré-sal, inovado bem rentável. Com Dilma esses projetos continuaram e muitas pessoas foram assistencializadas, principalmente a camada desassistida socialmente. Muitos investimentos foram realizados para que a inclusão social acontecesse. Portanto, como afirma o governado da Bahia Jaques Wagner: “Agora é hora de ampliar o diálogo com a sociedade, cada dia mais exigente e a clamar pelo combate à corrupção e por mudanças pelas quais não se pode mais esperar. É o momento de redefinir as relações com os movimentos sociais e empresas”. (Cf. CARTA CAPITAL, 05 De Novembro, 2014, p.30). 

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Política agora, daqui a dois anos?



            A resposta para o título deste texto é o assunto que pretendo abordar. Dependerá, portanto, de pontos de vista. No entanto, daqui a dois anos, ocorrerá o pleito para prefeito e vereadores, mas isso não significa dizer que, só se deve dar atenção a política daqui a dois anos.

            No Brasil, país democrático, ocorrem eleições para vereadores, deputados, prefeitos, governadores, senadores e para presidente. O cidadão brasileiro tem o direito de eleger quem ele, livremente optar, para governar sua cidade, seu estado e seu país.  Cabe também ao cidadão, acompanhar se o seu candidato eleito, realizou as promessas que, outrora fez em época de campanha.

            Escreve o Papa Francisco, na Evangelii Gaudium, 205: “Peço a Deus que cresça o número de políticos capazes de entrar num autêntico diálogo que vise efetivamente sanar as raízes profundas e não a aparência dos males do nosso mundo. A política, tão denegrida, é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum. Rezo ao Senhor para que nos conceda mais políticos, que tenham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres. É indispensável que os governantes e o poder financeiro levantem o olhar e alarguem as suas perspectivas, procurando que haja trabalho digno, instrução e cuidados sanitários para todos os cidadãos”.

            Que a política tem se tornado denegrida é do conhecimento geral, porém, é de se considerar que existem homens e mulheres, realmente comprometidos com a honestidade, com a seriedade, e em servir a sociedade. Assim sendo, nem tudo está perdido. Existem os bons políticos, que honram a confiança que recebem do povo. Pode-se observar na Exortação do Papa Francisco, sua preocupação com este aspecto da política.

            Não obstante, daqui a dois anos, os noticiários voltarão a tratar diariamente, sobre as campanhas dos candidatos, dos acordos que serão feitos, dos possíveis nomes preliminares. O pleito de 2016 será para eleger os vereadores e prefeitos, portanto eleições regionais. Caberá ao cidadão, julgar o mandato dos que já tem o poder e conhecer a história de outros possíveis nomes, para fazer uma escolha consciente e votar em quem acredita ser capaz de fazer um bom mandato.

            Recentemente, na semana da pátria deste ano, foi realizado o Plebiscito Constituinte, em que as pessoas, se posicionavam sendo a favor ou contra a Reforma Política. Esse Plebiscito foi feito com a intenção de ser executada uma Constituinte, dizendo com todas as letras, Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. A receptividade desse Plebiscito pode ser considerada expressiva, ao ser considerado os 7 milhões e 500 mil votos. Antes de falar no que é de fato essa Constituinte, é preciso entender a lógica do atual sistema político. De dois em dois anos, assistimos candidatos serem eleitos, os que são eleitos têm um gasto muito maior do que os que não são. Outro fator repetitivo é o financiamento das campanhas, feito por empresas privadas, que depois querem obter alguma vantagem.

            Detenhamo-nos agora, em como está composto o Congresso Nacional. É um Congresso de deputados e senadores que são minoria em relação a população brasileira. A maioria deles são fazendeiros e empresários, no entanto, a população brasileira na sua maioria é composta de trabalhadores. A participação das mulheres ainda é pequena, sendo apenas 9%, em contrapartida as mulheres são mais da metade da população brasileira, menos de 3% são jovens, sendo que os jovens de (16 a 35 anos) são 40% do eleitorado.

            Analisando os dados acima, é possível chegar a conclusão de que o Congresso, representa pouco os brasileiros, assim sendo, será que resolverão os problemas que foram levados as ruas pelos jovens em 2013? Dessa forma, o Plebiscito Popular já citado, quer conseguir uma Assembleia Constituinte, que terá poder para mudar o sistema político do Brasil. Assim, com essa renovação política, quiçá será possível alcançar as transformações desejadas de tantos problemas sociais.

Felipe Augusto Ferreira Feijão

Estudante de Filosofia (UECE)





domingo, 2 de novembro de 2014

Santo Afonso 'Tempo e eternidade': uma reflexão sobre a vida, morte e eternidade. (Dia dos Falecidos!)

Se crês, meu irmão, que hás de morrer, que existe eternidade, que se morre só uma vez, e que, dado este passo em falso, o erro é irreparável para sempre e sem esperança de remédio: por que não te decides, desde o momento em que isto lês, a praticar quanto puderes para te assegurar uma boa morte? Apressa-te em tomar o remédio oportuno; decide entregar-te inteiramente a Deus, e começa, desde já, uma vida que não te aflija, mas que te proporcione consolo na hora da morte. (LIGÓRIO, Santo Afonso Maria de.  Tempo e eternidade: vida-morte-futuro, 2002, p.14-15)

Tal frase da obra Tempo e eternidade: vida-morte-futuro de nosso pai Santo Afonso Maria de Ligório apresenta uma luz sobre o dia atual, em que fazemos memória ao dia dos falecidos e podemos refletir sobre nossa estadia aqui na terra. Por isso vamos ver um pouco sobre essa bela obra.
O tema geral de que ela trata é a vida, morte e eternidade. A obra é composta por 20 capítulos seguidos de uma oração. São reflexões e meditações que envolvem o tema geral. A obra é composta por várias citações das Sagradas Escrituras, dos diversos santos ou sábios da tradição cristã que auxiliam de modo pedagógico, numa compreensão sobre nosso modo de vida e proceder para a nossa salvação.
A nossa vida, dom gratuito de Deus, pressupõe algo que é inevitável para todos nós: a certeza da morte. Todas as coisas passam, porém só a morte é certa. E a grande diferença está no modo como a vemos e nos deparamos com ela. Para nós cristãos a morte é passagem para a eternidade que pode seguir dois caminhos: o caminho da glória em Deus ou do tormento eterno. Diante disso, muitos se afligem quando a morte se aproxima. E a causa disso está no proceder humano aqui na terra, apegado aos bens passageiros, ou no desacordo de sua vontade com a vontade de Deus.
Nossos santos viram a morte de modo diferente, ou seja, como a porta da vida na presença de Deus. Segundo Santo Afonso:
os tormentos que afligem os pecadores na hora da morte não afligem os Santos. “As almas dos justos estão nas mãos de Deus, e não os atingirá o tormento da morte” (Sb 3, 1)(...) Não se afligem os Santos por terem de deixar honras mundanas, pois sempre as desprezaram e as tiveram na conta do que são efetivamente: fumo e vaidade, e somente estimaram a honra de amar a Deus e de ser por ele amados. Não se afligem por terem de deixar seus parentes, porque somente os amaram em Deus e, ao morrer, os deixaram recomendados àquele Pai celestial que os ama mais do que eles; e esperando salvar-se, crêem que melhor lhes poderão ajudar lá no céu do que ficando na terra. (LIGÓRIO, 2002, p.22) .
            Os homens bons nada têm a temer na hora da morte, sendo que Deus tendo as almas dos justos em suas mãos, assegura-nos sua glória com Ele eternamente. Assim, na hora da morte, da tentação, do desespero,
virão os santos protetores; virá São Miguel, destinado por Deus para a defesa dos servos fiéis, no combate derradeiro; virá a Virgem Santíssima e, acolhendo sob o seu manto que foi seu devoto, derrotará os inimigos; virá Jesus Cristo mesmo a livras das tentações essa ovelha inocente ou penitente, cuja salvação lhe custou a vida. (LIGÓRIO, 2002, p.27)
Aqueles que amam a Deus e oferecem a sua vida, tornar-se-ão semelhante aos Santos e Mártires. Portanto, Amemo-lo, pois, o mais que pudermos nesta vida, que só para este fim deve servir-nos, isto é, para crescer no amor divino. O grau de amor que tivermos na hora da morte será igual ao desejo que nutrimos em nos unir a Deus na bem-aventurança eterna.
Assim, a preparação para uma boa morte se faz necessária e isto esta durante o tempo de nossa vida. Nosso Santo nos indica fazer esse percurso:
prostra-te aos pés do Crucifixo; agradece-lhe o tempo que sua misericórdia te concede para regular tua consciência, e passa em revista a seguir todas as desordens de tua vida passada, especialmente as de tua mocidade. (...) Afasta de teu coração todo afeto mau e todo rancor ou ódio. Satisfaze qualquer motivo de escrúpulo acerca dos bens alheios, da reputação lesada, de escândalos dados, e propõe firmemente fugir de todas as ocasiões em que possas perder Deus. Pensa que aquilo que parece difícil, impossível, te parecerá no momento da morte. (LIGÓRIO, 2002, p.39).
Afonso nos indica a aproveitar bem o tempo que temos para ganhar os bens eternos, que fazem parte da Graça de Deus e de uma vida virtuosa. Esses bens não passam e não se acabam como os bens materiais, mas perduram para eternidade. Eles sãos as únicas coisas que levamos nessa vida para eternidade. Se agirmos assim, na hora da morte, teremos a nossa recompensa e estaremos em paz.
A nossa salvação é a nossa meta que começa aqui e termina no Céu, porém é dela que boa parte dos cristãos mais se esquecem.  Sendo assim, boa parte dos cristãos vivem como se a morte, o juízo, o inferno, a glória e a eternidade não fossem verdades de fé, mas apenas fábulas inventadas pelos poetas. Portanto, façamos todo esforço para adquirir o grande tesouro do amor divino. 
O pecado nos fasta de Deus e nos torna confusos e inquietos, sem paz. Segundo Santo Afonso o pecado também ofende a Deus, pois o movimento que vai contra sua vontade se dá contra o seu projeto de salvação que constitui parte de Deus. Porém, apesar de nossos pecados, Deus na sua misericórdia infinita espera por nós, na nossa humildade para pedi-lhe perdão, pois nos ama infinitamente e quer nos dar aquilo que brota de dentro de sua divindade: o amor e a vida. Assim como na parábola do filho pródigo. 
Sua graça nos acompanha na medida em que nos unimos a Ele e procuramos fazer a sua vontade, conformando a nossa com a Dele. Pela oração alimentamos nossa fé e nossa alma, e nos disponibilizamos para a comunicação e seguimento de Deus. A perseverança é outro elemento que nos ajudar na caminhada, pois assim não nos perdemos diante das tentações, das inúmeras opções vazias de sentido e verdeira felicidade.
O pedido a Nossa senhora é outro elementos importante que Afonso cita como caminho para vida segura e cheia de graça, pois, assim como Maria intercedeu aos povo nas bodas de Caná, do mesmo modo ela faz por nós que somos seus filhos. Por fim, o amor de Deus mais se revela e mais se aproxima na medida em que nos confiamos a ele e nos entregamos para fazer a sua vontade, pois a nossa salvação está no conformar da nossa vontade com a de Deus, uma vez que Deus já nos ama e deseja profundamente nos salvar, porém, Ele não transgride nossa liberdade.  

Entregemos-nos, portanto, sem reserva às mãos de Deus, que jamais deixa de atender ao nosso bem (1Pd 5,7). “Pensa tu em mim,-dizia o Senhor a Santa Catarina de Sena- que eu pensarei em ti”. Quem procede assim passará uma vida feliz e terá morte santa. Aquele que morre inteiramente resignado com a vontade divina deixa-nos a certeza moral da sua salvação. (LIGÓRIO, 2002, p.139) .

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A família na edificação do Povo de Deus



Vivemos numa sociedade marcada pela fragilidade das relações humanas. É comum ouvirmos pessoas dizendo que amam um animal de estimação, que gostam de uma roupa, que fazem um esforço enorme para comprar um carro. Facilmente conseguem expressar seus sentimentos quanto às coisas, mas são incapazes ou tem dificuldades em demonstrar tais sentimentos para com outras pessoas e com sua fé. Temos que superar a lógica do possuir e adentrar no ritmo do amor, a começar na família! Talvez, um dos locais mais difíceis de evangelização.
É na convivência diária familiar que encontramos o local por excelência do amor fraterno entre esposo e esposa, pais e filhos, irmãos e irmãs. Perdoar, escutar, amar são expressões que constituem a base familiar. Cristo dá o testemunho, será que nós estamos dispostos a amar e lutar pela nossa família na edificação do povo de Deus?
            O Código de Direito Canônico afirma no cân.226 §1 - “os que vivem no estado conjugal, segundo a própria vocação, têm o dever peculiar de trabalhar pelo matrimônio e pela família, na construção do povo de Deus.” A família é o local do amor, é o centro irradiador do anúncio da Boa-Nova, é a Igreja doméstica!
Afirma o Concílio Vaticano II na Gaudium et Spes (52) que “a família - na qual se congregam diferentes gerações que reciprocamente se ajudam a alcançar a sabedoria mais plena e conciliar os direitos pessoais com as exigências da vida social  - constitui assim o fundamento da sociedade”.
            Em conformidade com o Concílio Vaticano II  e com o Direito Canônico, essa pequena comunidade cristã se une a comunidade Igreja e juntas edificam e constituem o Povo de Deus na defesa da vida e da fé. Ouçamos sempre o mandado de Jesus Cristo: “Ide por todo o mundo, proclamai o evangelho a toda criatura”(Mc 16, 15).

Pe. José Carlos Linhares Pontes Júnior

Missionário Redentorista

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Pascoa eterna do Missionário Redentorista Pe. Estevão.

É com tristeza e esperança, de fé, que experimentamos a pascoa eterna do Missionário Redentorista Pe. Estevão CSsR (PADRE STEPHEN PAUL McCABE), na madrugada de ontem, no hospital São Camilo. Pe. Estevão, este ano, veio da Paróquia de N. SRA. DO PERPÉTUO SOCORRO, na Diocese de Campina Grande, para Fortaleza, a fim de cuidar de sua saúde e ficou residindo na casa Central, com os padres e irmãos redentoristas da Vice-província de Fortaleza. Quem o conheceu percebia sua pessoa como imagem e presença de Deus, que trazia paz e fraternidade. Todos que falavam com ele nunca o viam reclamando de algo. Os últimos momentos de sua vida em nosso meio foram marcados pelas suas palavras de esperança e confiança em Deus e uma paz profunda que vem do Céu. De sua boca sempre se ouvia a expressão: “está tudo bem, graças a Deus” e “ Vai dar tudo certo”.  Que ele descanse em paz no Reino de Deus.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

São Geraldo: Memória Viva da Redenção.

‘Aqui faz-se a vontade de Deus. Tudo como Deus quer e por muito tempo, quanto Ele quiser’ (1987, p.108). Esta frase extraída da obra Vida de São Geraldo, do Redentorista Pe. Francisco Costa, resume a vida de um dos nossos mais belos santos redentorista: São Geraldo Majella. Sua educação foi marcada por duas qualidades importantes: a piedade e o serviço. Geraldo (06/04/1726) nasceu no sul da Itália, na cidade de Muro. Sua mãe, Benedita Gadella, era dona de casa, seus pai, Domingo Majella, era alfaiate. Ele era o quarto filho de uma família simples, pobre e humilde. 

Desde pequeno Geraldo apresentava o desejo da vida religiosa. Costumava ir a uma igrejinha dedicada a Nossa Senhora de Capotignato. Lá rezava e se encontrava com o menino Jesus e Nossa Senhora. O gosto pela vida de oração, pela eucaristia, sua facilidade nos estudos, sua vida virtuosa, o espírito de caridade e sua grande devoção ao Espírito Santo são alguns sinais que marcam o perfil de nosso 'especial irmão e santo redentorista'. Com Santo Afonso e Madre Celeste Crostarosa, Geraldo completa o trio dos principais santos que iniciaram e nossa historia redentorista e deram exemplo de vida virtuosa para ser continuado.

Em São Geraldo a radicalidade, fidelidade e perseverança no seguimento do Redentor sofredor e pobre é uma constante que marcou sua vida.  Com o redentor Geraldo assumiu sua pobreza, sua humildade, seu constante serviço e doação aos mais Abandonados. Desde criança vemos em sua humilde pessoa a marca do carisma redentorista.


Geraldo repartia o pouco que tinha com os meninos mais pobres. Visitava os doentes de sua comunidade, auxiliava os alunos que tinham dificuldades nos estudos, era sempre gentil e amável com todos, paciente ao extremo. Cada pensamento e ação sua era acompanhada de uma vontade de anuncia o Redentor com a vida e com palavras. Por isso, em suas visitas e colaborações com os mais necessitados, ele sempre levava esperanças, conselhos e orientações espirituais aos mais necessitados. Era o evangelizador dos abandonados. Ou seja, levava a redenção.


Junto a tantas qualidades, concedidas por Deus, Geraldo teve também uma vida de dificuldades e sofrimentos. Assim acontece na vida dos santos. E para cada dificuldade Deus concede uma graça. Com 12 anos ele perdeu o pai e teve que trabalhar como alfaiate para se sustentar e ajudar a família. Geraldo, mesmo com o pouco que ganhava na alfaiataria, ajudava também aos pobres. Nunca lhe faltou nada que precisasse. Trabalho e Oração eram os dois sustentáculos da sua vida. Nunca reclamou de nada, a não ser quando o Padre lhe negou a comunhão, pois ainda não tinha feito à catequese. 


Para ser irmão religioso, São Geraldo teve grandes dificuldades. A principal delas, que dificultou a sua inserção numa Congregação Religiosa, foi a aparência do seu físico frágil. Com 14 anos (1740) Geraldo quis ser Capuchinho. Foi ao convento, porém, o frade Sr Prior não o aceitou. Assim foi a primeira dificuldade. Com 19 anos Geraldo voltou ao convento e recebe outro não. Porém, Geraldo não desanima. Quando Deus quer deve-se continuar. Em 1749 a cidade de Muro recebia os missionários redentoristas, Geraldo se renova nas suas esperanças, chega a conversar com o Pe. Paulo Cáfaro e afirma que quer ser irmão. A resposta é negada. Geraldo não desiste, arruma as trouxas de roupa, sai de casa, deixando um bilhete dizendo: 'vou ser Santo' e vai ao encontro dos missionários, que estavam de partida, Geraldo insiste novamente e com muito sacrifício é aceito na Congregação. Vai para Iliceto, onde demonstra disposição inigualável para ajudar os confrades e aos mais necessitados. 

Em fins de 1749 inicia noviciado. Com 25 anos, em 16 de julho de 1752, Geraldo faz sua profissão de Fé e se torna irmão da Congregação do Santíssimo Redentor. Vai para Caposela. Lá adoece do pulmão e termina sua vida com 29 anos de idade.  Irmão São Geraldo é popularmente conhecido como padroeiro das mulheres grávidas,das mães, dos Irmãos leigos e das crianças, dentre outros.  Hoje celebramos seu dia: São Geraldo Rogai por nós, pobres pecadores!!!

domingo, 12 de outubro de 2014

Dia das Crianças: Consciência Social!

Hoje, de modo especial, lembramos o dia da ‘CRIÂNÇA’, que, O Estatuto da Criança e do Adolescente (7ª Edição, 2010), conceitua como a pessoa de zero a doze anos de idade. A psicologia considera essa faze infantil como uma das mais importantes na vida humana, pois, nesta faze a pessoa inicia sua formação físico- biológica, psico-social e espiritual. Quando nesta faze a criança não é bem cuidada e orientada no seu desenvolvimento, as outras fazes de sua vida (adolescência, a faze adulta e a pós-adulta) podem apresentar diversos problemas na vida da pessoa. Por isso a importância de se ter uma boa infância. É de responsabilidade da família, da sociedade e do governo promover essa boa infância.

Porém, na nossa história, nem sempre os direitos da criança e deveres para com ela foram assegurados. Na verdade pouco existia uma preocupação nesse sentido. Na sociedade espartana os meninos eram levados para o colégio militar já cedo, com uma formação e disciplina rígida. As crianças que apresentavam algum defeito físico eram mortas. Pois a finalidade desta sociedade era preparar a pessoa para a luta, quando se tratava de menino, ou para o cuidado do lar, quando se tratava de menina. Na Idade média tinha-se um conhecimento sobre o valor da criança, porém muitas eram tratadas como objetos de exploração. Algumas religiões chegaram até a assassinar crianças, acreditando que este ato agradaria as entidades divinas e aplacaria sua fúria. Na Revolução Industrial as crianças eram exploradas. Elas trabalhavam 12 horas por dia e muitas vezes não se alimentavam. Durante um longo percurso da historia as crianças não tiveram vez e nem voz. Eram tidas como pessoas que nada sabiam e que estavam sobre a obrigação de seus responsáveis.

Hoje, graças a Deus, as coisas mudaram, e percebemos que assim como o adolescente, o adulto e as pessoas de terceira idade têm seus direitos e dignidade, sua importância e valor na sociedade, do mesmo modo as crianças também o têm. Esses direitos lhe são assegurados pela justiça, cabendo ao responsável ou qualquer membro da sociedade, consciente de sua obrigação em quanto cidadão, lutar pelo direito dos pequeninos e pequeninas. Na tradição bíblica, apesar de alguns elementos de preconceito em relação às meninas, a criança é vista como sinal de luz e esperança.  Jesus chega a afirmar que delas são o Reino de Deus e que devemos ser como elas, se quisermos o Reino. (Marcos 9.36,37/Mateus 11.16,17/Lucas 7.31,32). Isso demonstra a importância que a criança tem para e na nossa vida.

Hoje temos orfanatos que cuidam de crianças abandonadas, além de outras instituições que asseguram o direito da criança, porém, ainda se trona urgente refletirmos e tomarmos consciência de nossa obrigação em quanto cidadão ou religioso, pois, muitas vezes, crianças são maltratas. Elas são alvo frágil e fácil do tráfico de drogas e da exploração. Muitas pessoas e empresas utilizam das crianças como meio de ganhar dinheiro. Neste sentido, elas se tornam objetos de exploração. Outras crianças são jogadas nas ruas, desprezadas por pais ou responsáveis e até pela sociedade. Não podemos deixar isso acontecer. Que possamos perceber o real valor das crianças em nossa vida. Nós um dia fomos crianças e queríamos ser ouvidas em nossos sonhos e acolhidas e nossa família e sociedade. Deste modo precisamos despertar uma consciência humanitária, fraterna e responsável para os cuidados com nossas crianças. Há muitas crianças que sofrem preconceito dos diversos tipos, como o bullying, e muitas vezes lhes faltam seus direitos, como alimentação, esporte, lazer, educação, moradia, cultura, vida digna e sociedade acolhedora. Todos nós, família, sociedade e governos, somos responsáveis por elas. Não podemos deixa-las desamparadas de seus bens preciosos para um bom desenvolvimento físico-psico-socio-espiritual. Feliz dia das CRIANÇAS para todas, que Deus abençoe e que Maria, que cuidou do menino Jesus, nos ajude a cuidar de nossas crianças! Parabéns!!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Mês Missionário e a 'Memória Viva' dos Missionários Redentoristas.

No mês de outubro a Igreja Católica celebra o mês missionário. Junto dela nós, Missionários Redentoristas, trazemos a ‘viva memória’ dos nossos 281 anos de fundação como Congregação Missionária do Santíssimo Redentor. Nossa identidade missionária e nossa missão de evangelização teve seu começo com nosso Pai Afonso, no seu contato e convivência com os cabreiros, pobres, abandonados e excluídos da sociedade em Scala.

Essa experiência despertou a intuição de Afonso, no chamado de Deus, para fundação de sua Congregação Missionária. E assim como as mulheres, Maria Madalena e outra Maria, foram as primeiras a anunciarem aos apóstolos a Ressurreição de Jesus, do mesmo modo, foi por meio de Madre Celeste Crostarosa que a fundação da Congregação foi anunciada e revelada a Santo Afonso. Deste de então, nossa Congregação foi se formando e ganhando novo vigor, com nossos santos e beatos e nas nossas diversas experiências missionárias com o povo de Deus.

Nossas Constituições e Estatutos são o compêndio de nossa caminhada missionária religiosa e de nosso modo de ser missionário redentorista. As Constituições e Estatutos propõem o nosso caminho e nossa razão de ser Redentorista, no seguimento de Cristo e no anúncio da Copiosa Redenção a serviço da Igreja e da humanidade. (Cf. Carta do Superior Geral, Pe. Juan M. Lasso Dela Veja, aos Redentoristas, 2004, nº XXXIV).

Somos, por natureza, missionários (Const.1), independente de onde estejamos e do estado de vida em que nos encontramos. Se somos missionários, então temos uma missão. A primeira e principal missão é “a proclamação explícita da palavra de Deus para a conversão fundamental.” (Const.10).  Evangelização e conversão são dois conceitos nossos que devem estar em nosso modo de ser e deve fazer parte da nossa missão.

Os destinatários de nossa missão são os homens mais abandonados, ou seja, “são os que a Igreja não pôde ainda prover de meios suficientes de salvação; os que nunca ouviram o anúncio da Igreja, ou pelo menos, não o recebem como ‘Evangelho’; ou, finalmente, os que são prejudicados pela divisão da Igreja.” (Const. 3). Entre todos os que necessitam da evangelização, entre os grupos humanos mais necessitados de auxílio espiritual, nós estamos obrigados a atender de modo especial aos pobres, mais fracos e oprimidos, cuja evangelização deve ser sinal da obra messiânica, e com os quais o Cristo mesmo quis, de certa maneira, identificar-se. (Const.4). O mandado concedido a nós de evangelização e conversão aos pobres e abandonados socialmente, culturalmente, politicamente, e espiritualmente, visa à libertação e salvação da pessoa humana toda. (Const.5). Neste sentido temos bem claro o nosso ser missionário e nossa missão, que se identifica com o que é celebrado pela Igreja no presente mês.

Há 54 anos os primeiros Redentoristas irlandeses Pe. João Myers, Pe. Tiago McGrath, Pe. Jaime Collins e Pe. Miguel Kirwan, chegaram ao Brasil, no Rio de Janeiro e ficaram em Goiás. Destes, dois anos depois, ou seja, no dia 05 de fevereiro de 1962, se formou a Vice-província em Fortaleza. Aos poucos fomos nos expandindo e assumindo novas regiões missionárias como a Paróquia de São Raimundo Nonato, a Paróquia São José Operário, em Paraíso do Norte de Goiás e a capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na diocese de Iguatu, dentre outras. Atuamos em três Estado: Piauí, Maranhão e Ceará, E iniciamos uma experiência na Àfrica. Contamos atualmente com 45 Missionários professos e 10 fundações.


Como Missionários Redentoristas atuamos em diversas áreas missionárias como nas paróquias, nos santuários, na formação, na animação vocacional, no rádio e na tv, dentre outros, porém, nos Brasil somos conhecidos popularmente pelas ‘Missões Populares’. Com esta realizamos nosso carisma de ser missionário, testemunhas vivas da redenção, continuador de Jesus Cristo; e a nossa missão de levar a redenção de Jesus Cristo para os pobres e abandonados. Contudo, neste mês missionário, em que a Igreja Celebra o mês da missão, nós fazemos memória de nossa caminhada missionária, ao mesmo tempo em que celebramos ‘O Ano Vocacional Redentorista’. Que o Senhor possa nos ajudar a renovar nossas estruturas missionárias, animar o povo de Deus na FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE, para evangelizar de um modo sempre novo. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Santo Afonso: rogai por nós!

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A importância de debater política.



A palavra política deriva de “polis” que remonta às cidades da Grécia Antiga, berço de Aristóteles, que afirmou que o homem é um animal político no que tange à necessidade de se relacionar com os outros. Para tanto, é preciso compreender que a política faz parte da vida do ser humano e muito interfere no dia a dia.

Com efeito, faz bem ressaltar que, política não deve ser somente concebida como a política partidária, como as campanhas que os candidatos aos cargos públicos fazem de dois em dois anos. Infelizmente para muitos, só se toca nesse assunto quando chega o período eleitoral e para muitos nem nesse período.

Os jovens, muitas vezes não gostam desse assunto, acham chato, pois bem, não gostar de política é uma forma de se alienar. A política implica no cotidiano: no que estará na mesa para as refeições, no atendimento público de saúde, na segurança pública, na educação de qualidade e inúmeras prioridades que devem ser oferecidas pelo estado.                                                        

Esses pontos de importância relevante, sempre estão em destaque no discurso dos candidatos. A saúde, a segurança, a educação e problemas regionais de cada estado. Aprofundando: nota-se muitas vezes, entre os políticos profissionais, acordos e conchavos para as eleições. Devido a isso e ao não cumprimento de promessas feitas na época da eleição à política fica em parte desacreditada e pode se cair em uma generalização de que nenhum candidato eleito será bom ou que existe um candidato que é dos males o pior.

Tratando-se do regime atual na sociedade brasileira, se tem o poder nas mãos de escolher um representante democraticamente por meio do voto secreto. O poder é do cidadão, do trabalhador, do pai de família, do operário, e ele passa esse poder para um representante, que deve honrar o voto e a confiança do povo.

Se por um lado existem os que não gostam da política, por outro lado existem os que a querem separar da religião. Entretanto, política e religião estão juntas, pois existem defesas políticas que são preceitos e valores religiosos e, portanto devem ser seguidos pelos que professam determinada fé. Assim, os que professam uma fé, não podem ser alheios à realidade política que os cerca.


Felipe Feijão, estudante de Filosofia – UECE

Teologia Moral afonsiana: a copiosa redenção!


Nosso Pai, Santo e doutor: Afonso Maria de Ligório (1696), fundador dos Redentoristas, é reconhecido após o concílio de Trento, no século XVIII, pela reforma no sistema moral da época, na sua mais brilhante obra: Theologia Moralis (1753-55). Nela Afonso se posiciona entre as duas correntes morais mais radicais de seu tempo: o rigorismo e o laxismo. A primeira afirmava a conduta humana na radicalidade da lei e descartava o arbítrio humano, a segunda destacava a liberdade humana como autoridade e princípio da conduta, sem nenhuma preocupação com a lei e com o ético.

Segundo o teólogo Théodule Rey- Mermet, na obra A Moral de Santo Afonso de Liguoui (1991), Santo Afonso não segue nenhum dos dois caminhos, mas o meio termo, o justo meio: o equiprobabilismo. Este consiste no seguimento de uma conduta provável entre uma opinião que afirma cegamente a radicalidade da lei e uma outra que a nega. Questão é o equilíbrio entre a lei e a liberdade, sendo que quando a lei se demonstrar duvidosa, pois apresenta opinião contrária a ela, a liberdade deve ser o caminho mais acertado, portanto, a lei, neste caso, não deve obrigar, mas a razão conforme a opinião mais provável. Sua teologia moral foi feita para os seus confrades e para o atendimento ao povo nos confessionários, pois foi nas confissões e no contato com o povo que Afonso percebeu a necessidade de um novo caminho moral que apresentasse a face de um Jesus Redentor para o povo abandonado e excluído espiritualmente e socialmente.

A questão da moral estava diretamente ligado aos casos de consciência. Assim a sua teologia moral trata especificadamente da consciência. Esta é o grande bem precioso da humanidade. A consciência tem um papel determinante no agir do ser humano. E na dúvida moral, entre o caminho do bem e o obrigatório, é necessário a consciência seguir o caminho mais provável. Quando as leis canônicas e as escrituras não conseguem dar respostas claras para a condução da consciência, então, a razão, deve ser o caminho. O bom senso se torna, assim, o guia. Deste modo nosso Pai Afonso apresentou uma nova face ética do Cristo até então nunca vista na época: Jesus redentor que veio para salvar a todos e não uma minoria, que não tem seus escolhidos determinados e puros, mas que busca salvar a todos e especialmente e urgentemente os mais abandonados e excluídos da sociedade. Um Deus encarnado na pessoa de Jesus que literalmente morreu de amor a nós.

Afonso foi bastante criticado em sua época, tanto pelos rigoristas, que viviam num ideal radical a lei, distante da realidade do povo, como pelos laxistas, que afirmavam liberdade fora de cogitação de uma vontade divina, onde tudo pode. Sua obra foi proibida em muitos locais, porém não abriu de mão de seu pensamento por este apresentar-se como o melhor, mais humano e mais divino, caminho a seguir. 

Hoje nós somos convidados a refletir sobre nosso caminho moral, político e social. Sobre nossa relação com Deus e com os homens, sem esquecer-se do nosso planeta. A nossa sociedade é pluralista e nossas relações ficaram mais complexas, porém, assim como nosso Pai, precisamos dar respostas às exigências da atualidade.  A moral de Afonso apresenta um Jesus redentor, que acolhe e quer salvar a todos. Como podemos continuar esse projeto? Nosso caminho de fé e vida é inclusivo, dialogal, respeitoso com as diferenças? Estamos traçando, com a inspiração da palavra de Deus, o caminho a seguir? O princípio do amor continua sendo o caminho, porém, nosso desafio é entrar num consenso com as outras formas de viver da sociedade, que muitas vezes se apresentam novas e diferentes, e outras vezes, contrárias aos princípios do amor e da vida. Respostas e a lutas se tornam urgentes para nós, como religioso, como leigo, como cidadão, como redentorista: pois a salvação começa hoje e agora em nossas diversas realidades em quanto vivermos aqui, e atinge o seu nível  mais elevado, transcendente, em que há uma diversidade de crenças.

Pai Santo Afonso: ajudai-nos na nossa caminhada aqui na terra.

domingo, 28 de setembro de 2014

Santo Afonso: o Rosário e a Vida.




Santo Afonso, dentre outros, é um dos grandes homens, que testemunhou sua Fé em Deus e apresentou para o povo, com sua vida e serviço, um caminho acessível a Deus. Uma ‘vida de Oração’ foi algo que fez parte de sua vida e na tomada de suas mais importantes decisões: como abandonar um caminho de sucesso: sendo advogado, ou músico, ou pintor, ou escritor, ou possuidor de qualquer outro cargo elevado de sua época, para seguir um caminho de serviço a Deus e ao povo de Deus. 

Para Afonso oração é encontro e intimidade, é desejo e diálogo com Deus. Nesse caminho orante, destaca-se o carinho e apelo a Maria, que ele sempre apresentou em suas orações e seus escritos, como a ‘visita ao santíssimo sacramento’ e a ‘Glórias de Maria’.

Um dos instrumentos de oração que nós, redentoristas, temos hoje, em nosso hábito, é o ‘Rosário’. Engraçado: sempre tive curiosidade de saber se alguém reza, ou rezou aquele rosário presente no hábito! Porém, o mais importante é perceber a 'importância da reza do rosário', ou qualquer instrumento religioso, na vida de oração.

Todo instrumento religioso te sua importância, porém, falo do rosário, porque este contém aquilo que é importante na nossa vida cotidiana e de oração: a memória viva e presente de Jesus Cristo, da trindade e de Maria, dentre outros, como participante da graça de Deus. O rosário descreve os pontos principais da vida de Jesus, nos seus mistérios: é uma catequese. Se meditarmos o rosário em nossa vida veremos o quanto ele é importante para trazermos viva a história de vida e salvação do povo de Deus e encarná-la com a nossa. Por isso o rosário é uma viva memória de Jesus, que está conosco em nossa vida.

Desde ‘o sinal da santa cruz’ até a ‘salve rainha ‘’ o rosário descreve e apresenta aquilo que faz parte da fé cristã católica. É as nossas convicções de fé que são: verdade e vida, pois aconteceu e está em nós. Porém, não se trata somente de contemplar os mistérios e pronto, mas fazer relação com nossa vida, nossa caminhada, para melhor viver. Assim como contemplamos a santíssima trindade, que é a comunidade perfeita, no momento inicial do rosário, nós somos convidados a viver em comunidade, diálogo e fraternidade, semelhante a trindade santa. Assim como contemplamos o Pai nosso, que medita a vontade do homem em exaltar a Deus e pedir sua ajuda nas suas necessidades e convivência social, somos também nós, convidados a reconhecer e realizar esse projeto na sociedade. As ave-marias, entre cada mistério, nos faz reconhecer a importância de Maria e de todas as mulheres que participaram e participam no projeto de Redenção de Cristo. Portanto, no rosário está contido, de forma resumida, os elementos de verdade que faz parte da história e vida do povo de Deus e no rosário está contido os nossos anseio e desejos, de modo geral e simples, para nossa vida e na nossa relação com Deus.


Que os instrumentos religiosos, assim como o rosário, possa nos ajudar, cada dia mais a se encontrar com Deus e fazer um caminho de salvação, ou seja, caminho de verdade e vida. Que Santo Afonso nos ajude a bem viver a vontade de Deus pela intercessão de Maria.

sábado, 27 de setembro de 2014

Fé, Vida e seus percursos!

A partir de hoje inicia-se algumas reflexões sobre a espiritualidade redentorista e sobre assuntos que fazem parte da Fé e Vida do povo. Não se trata somente de questões religiosas, mas também sociais e políticas, pois, o SER HUMANO, por natureza, está envolvido nessas três realidades: a humana, espiritual e social. 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Santo Antonio e a Vida Matrimonial: uma realidade possível, ou ilusão?!


                Ontem, dia 12, foi dia dos Namorados. Meus parabéns para todos aqueles que são namorados, ou estão namorando. E para aqueles que ainda não realizaram esse sonho, meus votos de paciência e esperança, pois somente desta forma-com paciência e esperança- é se chega a aquilo que o coração  anseia. Hoje celebramos Santo Antônio, ele dedicou sua vida em função da vontade de Deus e da justiça social que provem dessa vontade divina.
Pela fé o povo costuma rogar por Santo Antonio para que ele ajude no caminho daqueles que querem ter um (a) namorado (a), e, além disso, uma vida conjugal feliz. Pelos resultados positivos obtidos através deste santo, ele é tido como o padroeiro dos namorados. O testemunho da vida do povo é a prova visível de que realmente esse santo nos ajuda em nossos sonhos. Dessa forma entra a questão: o matrimônio é realidade ou ilusão? Particulamente considero que o matrimônio é uma realidade possível. Dessa resposta surge outra pergunta: se a vida matrimonial é possível, por que muitos casamentos não perduram a vida toda ou não tornam as pessoas felizes?
Nosso grande problema está na falta de clareza sobre o sentido profundo e verdadeiro da vida matrimonial e sobre o processo que leva o casal a este fim. Muitas pessoas querem namorar, casar e serem felizes, porém, elas não têm paciência. Querem no hoje, agora e imediatamente. Querer as coisas dessa forma é um risco muito grande, pois todo relacionamento precisa e tempo e maturidade para realmente acontecer. Quem pensa que tendo um (a) namorado (a)  e casando , posterior mente , será feliz, está enganado. Pois não é o namoro ou casamento por si que transforma tudo e poder fazer verdadeiramente as pessoas felizes, mas aquilo que leva duas pessoas a se unirem e cainharem juntos: o amor. Sem este nada perdura, nada continua, tudo fica vazio.
Daí é importante perceber o percurso que leva duas pessoas, ou casal, ou namorado, a se unirem e terem uma vida matrimonial. Não podemos confundir quatro coisas importantes que pode acontecer ou não na vida a dois para o matrimônio: a carência afetiva, a necessidade sexual, a paixão e o amor. Essas quatro coisas podem ajudar ou atrapalhar a vida matrimonial, muitas vezes elas se confundem, pois isso é importante ter clareza sobre o que estamos sentindo e se o que sentimos é o que profundamente queremos para nossa vida. Essas quatro coisas precisam estrar e harmonia e levar casal ao seu estágio mais puro: o do amor. Isso vai fazer o casal ser verdadeiramente feliz.
A carência.
Esta é a primeira coisa que faz parte de nós. Somos carentes, sensíveis e o que vemos, vivemos e sentimos mexe conosco. As vezes são coisas boas, as vezes ruim, pois o exterior mexe conosco e nas nossas experiências afetivas mais profundas. Muitas vezes as pessoas querem outras, querem namorar e casar, porque não querem ficar só. Isso faz parte de nossa carência, porém, não deve ser a justificativa para iniciar um relacionamento qualquer com uma pessoa qualquer, pois a união de duas pessoas por carência não dura muito e não faz o ser humano ser verdadeiramente feliz. Por isso é importante perceber com quem se está relacionando e por que. O que realmente os dois estão sentindo e o que realmente os dois querem. A carência vai ajudar os dois a se aproximarem porém, não vai mante-los unidos. Pois a carência não vai preencher tudo que há no ser humano, mas pode ser um primeiro momento que não deve ser negado, mas reconhecido na vida a dois e percebido se leva os dois a outros estágios mais elevados do relalionamento: o afeto, o sexo e o amor.
A necessidade sexual
Esta na maioria das vezes faz parte de pessoas que já têm uma vida sexual ativa, ou seja, ela está num outro nível da vida. A necessidade sexual é algo positivo na vida. Somos sentimentos e desejos, porém, não se pode confundir a necessidade sexual por carência, paixão e amor. Tem casos de pessoas que adquiriram uma necessidade sexual, por conta das ituações da vida, porém, no relacionamento, isso não mantem as pessoas unidas. Só dura enquanto houver sexo. Hoje temos muito um instímuloa isso, porém, não é o fim mais pro e mais sublime da vida a dois. É um momento importante que nos satisfaz momentaneamente, porém não deve ser visto com o essencial, mas como o complementar. É importante o casal ter clareza disso e transparência, em relação a isso, para perceber a para que fim o casal quer chegar. Pois, para que a vida matrimonial perdure,  só o sexo não basta e não completa a vida do casal. Portanto, se o fim útil do relacionamento é  o sexo, então, quando houver crises, períodos de pouco necessidade sexual, o relacionamento acaba. Pode até acontecer que ele perdure, mas o ser humano não se rentirá completo.
A paixão (de estar apaixonado)
Esta é a situação, no relacionamento, em que o casal ou a pessoa pode chegar a um nível muito bom, porém, bastante conflitante, quando não correspondido.Vai depender da maturidades e consciência em que o ser humano tem de si. A paixão mexe conosco, com nosso corpo, com nossos sentimentos e com nosso modo e ver o mundo. Normalmente, cetra-se na cabeça a ideia sobre a outra pessoa desejada. O outro atinge uma significação esplendida e nos leva para um momento se estase. O estar próximo já é algo fabulosos. Quando se estar apaixonado normalmente pouco se enxergar os defeitos da outra pessoal. Ela(e) é percebida (o) como bela (o) , esplendida (o), delicada (o). Desse modo boa parte da razão de sua vida está em função da outra pessoa. Isso é lindo para o casal que deseja unir-se, porém, não é o seu momento mais puro, pois, a paixão passa e a realidade defeituosa do outro aparece na convivência. Com a paixão, a carência e a necessidade sexual se torna algo mais vivo, intenso. Porém, a paixão se torna algo mais puro do que a necessidade sexual e a carência, porque, mesmo que não haja sexo e que não se esteja próximo, a ligação e aproximação do casal ou de um dos parceiros extrapolam  barreira da distância. Porém, na união e na convivência, as fragilidades, ou limites e defeitos do casal aparecerá e quebrará todo aquele ideal e mexerá por dentro, tem situações de grande decepção em que a paixão se torna ódio. Esse é o inverso da paixão. É o que há de mais negativo no relacionamento. E pode geral feridas sentimentais ou violência física terríveis. Por isso, no relacionamento é importante ter o equilíbrio de cada coisas, se não, as dores e tristezas serão inevitáveis e a união pode chegar a se apartar irreparavelmente. É importante perceber que dependendo da personalidade da pessoa, de como ela acolhe isso, a paixão pode ser boa, ou pode lava-lo a brigas de ciúmes constantes. Porém, que bem administrado  paixão e ela pode levar o casal ao nível profundo do amor.
 O Amor
Este é esplendido, é o que há de mais divino no homem. É o que dá sentido profundo e fundamental a vida humana. O amor é um estado de maturidade no relacionamento em que o pessoa que ama é livre verdadeiramente. Ela não depende da carência, do sexo, da paixão para amar a outra pessoal. No amor o casal verdadeiramente se conhece, qualidades e defeitos e decidiram se unir a tal ponto de um completar o outro. A união se dará em todos os momentos: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na vida aqui e na vida eterna, de outra forma. Este sentido profundo do amor faz com que as diferenças seja algo pequeno, algo que é superado pelo que de mais profundo e verdadeiro existe no homem. O amor verdadeiro não se determina pelas circunstância. Não existe distância para que ama, mas confiança. Ele, o amor, não precisa conquistar, porque, ama incondicionalmente. Quem ama tanto quer ajudar como deseja que o outro seja livre e feliz. É doação, entrega. A pessoa que ama sabe para onde seguir, saber o que fazer, e, ao contrário da paixão, está em paz. Esse nível de amor, torna o casal verdadeiramente feliz, pois está além de qualquer circunstância, no sentido, que Não está determinado pelas coisas e que não muda de essência. O amor de mãe se aproxima disso, mas o mais perfeito e sublime é o amor de Jesus que, deu-nos essa maior prova de amor.
Para que a pessoa que deseja ter uma vida matrimonial feliz, é preciso que ela saiba caminhar e o que profundamente ela quer. O diálogo é muito importante, a sinceridade também e o fim não podem ser esquecido, e o maior desafio: o amor puro. Normalmente esse amor se apresenta de forma mais presente quando  o casal já está num nível de vida elevado, pois, o corpo e os sentimentos não mantem a mesma potência, mas o amor, esse se tornará o caminho mais verdadeiro e mais profundo da vida humana. E ai sabemos verdadeiramente que amamos e somos amados. Muitos casais não têm a devida paciência para chegar  esse nível e Amor. Alguns param no início, outros no meio do caminho, por isso, que não se descobre o sentido profundo de uma verdadeira relação humana. Outros não se abrem pra buscar essa realidade e ai as coisas morrem. As decepções acabam com nossas esperanças e ai a busca pelo amor é abandonada. Muitos não acreditam nisso, por isso, que o amor não se realiza. Mas, de fato ele existe. O amor conjugal se estende para o amor familiar, porém, seu desafio maior é atingir a sociedade, além da queles que existe entre os amigos. Jesus continua sendo essa maior expressão de amor. Quem atinge esse estágio puro reconhece Jesus profundamente, ou quem reconhece ou seque jesus profundamente atinge esses estágio profundo de AMOR.


sábado, 4 de janeiro de 2014

Santo Redentorista São João Neumann.

Hoje, 05 de Janeiro de 2014, a Congregação do Santíssimo Redentor, em comunhão com a Igreja, celebra o dia do Santo Redentorista São João Neumann. Ele Nasceu em Prachatitz, Boêmia, no dia 28 de março de 1811, filho de Filipe Neumann e Agnes Lebis. Desde sua infância, no seio familiar desejava ser sacerdote a serviço dos mais necessitados. Todo o período de sua formação sacerdotal foi em vista da missão de anunciar a boa nova aos pobres e abandonados. (const.1). O desejo por SER MISSIONÁRIO fazia parte de sua vida e das necessidades da época. Por isso, em vista da missão, desde jovem aprendera outras línguas,como o latim e, posteriormente, o Inglês. O gosto pelos estudos fazia parte de sua vida e isso facilitou sua preparação para o serviço apostólico.  Em 1831 entrou para o seminário. Dois anos depois, passou para a Universidade de Charles Ferdinand, em Praga, onde estudou teologia.
Quando completou a frmação para o sacerdócio, fez o pedido para ser ordenado, porém o bispo decidiu que não haveria mais ordenações, pois o número de padres era superior a necessidade local. João estava certo de sua vocação para o sacerdócio, mas todas as portas pareciam estar fechadas, com exceção de um Bispo de Nova Iorque. O desafio missionário se fazia presente na América. E foi com desprendimento e generosidade que João Neumann deixou família e amigos para cruzar o Oceano em direção a América. Depois de muita dificuldade é ordenado.
Como missionário, visitava um povoado atrás de outro, escalando até montanhas para visitar as pessoas doentes e celebrar missas. Sonhava viver em uma comunidade. Foi, então, que ingressou para a Congregação de padres e irmãos que se dedicava em ajudar os pobres e os mais abandonados: os Redentorista. Foi o primeiro padre que entrou para a Congregação Redentorista na América; professou seus votos em Baltimore, no dia 16 de janeiro de 1842. Desde o princípio, destacou-se por sua piedade, santidade e por seu zelo e amabilidade. O seu conhecimento de seis idiomas modernos o tornou particularmente apto para o trabalho na sociedade americana, com grande diversidade de línguas no século XIX.
Depois de trabalhar em Baltimore e Pittsburgh, em 1847, foi nomeado Visitador ou Superior Maior dos Redentoristas nos Estados Unidos. Neste cargo, preparou os confrades da fundação americana para se tornarem uma Província autônoma, o que aconteceu em 1850. O Padre Neumann foi nomeado Bispo de Filadélfia e ordenado bispo em Baltimore, no dia 2 de março de 1852. A diocese dele era muito grande e passava por um período de desenvolvimento considerável. Como bispo, foi o primeiro a organizar um sistema diocesano de escolas católicas e para isso, fundou as Irmãs da Ordem Terceira de São Francisco para lecionar nas escolas.
Entre as mais de oitenta igrejas que construiu durante o seu bispado, deve ser mencionada a catedral de São Pedro e São Paulo, iniciadas por ele. São João Neumann era de estatura pequena; nunca teve uma saúde robusta, mas sua vida foi marcada por inúmeras atividades, conjugadas entre sua piedade e sua fortaleza. Costumava perder noites de sono em oração. Ele, ainda, achou tempo para uma atividade literária considerável, além de suas obrigações pastorais. Escreveu numerosos artigos, publicou dois catecismos e, em 1849, uma história da Bíblia para as escolas.
No dia 5 de janeiro de 1860 (com 48 anos de idade apenas) caiu na rua, quando fora deixar uma carta. E morreu antes que lhe pudessem administrar os últimos Sacramentos. Foi beatificado pelo Papa Paulo VI, no dia 13 de outubro de 1963, e canonizado pelo mesmo Papa, no dia 17 de junho de 1977.