segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Agostinho, livre arbítrio.


Santo Agostinho é considerado pelo cristianismo como um dos grandes pilares de sustentação do seu caminhar   no período da Idade Média. Filósofo cristão, grande intelectual e orador, Bispo de Hipona e doutor da Igreja escreveu  inúmeras obras dentre as quais as que mais se destacam é "Confissões", "O libre arbítrio" e "a ordem", dentre outros livros da coleção patrística. Aqui na obra dialogal bipolar entre Agostinho e Evódio destacaremos um pouco sobre as implicações do livre arbítrio no homem como a vontade, liberdade, paixões e sua relação com o mal, que é entendido no campo moral e não como algo sobre humano que o determina e manipula.Contudo, apesar da breve colocação deste assunto de larga extensão, é salutar entender como se destrinça as diversas problemáticas de seus tempo que tratava sobre Deus e sua relaçao com a natureza do homem e o mal. 

No Dito livro, Agostinho fala que o homem, ser criado por Deus, foi colocado no mundo para ser bom, caminhar para Deus, a verdade , o Sumo Bem. Porém se o homem foi orientado para isso e se tudo que Deus cria é bom, e não pode não o ser, porque existe o mal, e porque o homem o prática, se não foi criado para isso?!. A este questionamento Agostinho firma que a primeira coisa que Deus deu ao homem como um dom gratuito foi o libre arbítrio.E este mesmo Deus, o possibilitou a isso: seguir o bem, ou praticar o mal, pela sua vontade livre. Portanto, o que existe por primeiro no livre arbítrio que é o ponto der partida de qualquer ação do homem é a vontade. Por vontade é que o homem escolhe, e por esta mesma é que ele se aproxima de Deus ou se afasta. Com isso, a ideia de mal e pecado é algo que está sobre total responsabilidade e liberdade do homem.Sem essa liberdade o homem não pode praticar o mal e seguir ou bem, uma vez que não teria escolha.A existência do mal moral e a possibilidade do homem praticá-la é algo que esta inserido no seu livre arbítrio.Vejamos um pequeno trecho que explana isso:

Realmente e se é essa a questão por ti proposta. já está claramente resolvida. Pois, se é verdade que o homem em si seja certo bem, e que não poderia agir bem, a não ser querendo, seria preciso que gozasse de vontade livre, sem a qual não poderia proceder dessa maneira. Com efeito, não é pelo fato de uma pessoas poder se servir da vontade também para pecar, que é preciso supor que Deus no-la tenha concedido nesta intenção.(Agostinho, Livre Arbítrio, II livro)

Se o homem escolhe pela vontade, a mesma tem dois viés, o positivo e o negativo.A vontade boa é aquela que conduz o homem a Deus, a sabedoria, a verdade, as coisas eternas, os números, enfim, o Sumo Bem.No sentido oposto o homem se afasta de Deus, pelas coisas mutáveis, passageiras e pelas paixões. A esta ele destaca como sendo o mal do homem, o pecado. O desejo de se ter e amor as coisas inferiores e imperfeitas, no lugar de querer as coisas superiores e perfeitas. A ideia de mal, nos remete a utilidade desordenada e incorreta das coisas a nós dada por Deus.Quando quero o dinheiro sem medida, quando uso e abuso disso a tal ponto de prejudicar o meu próximo, quando quero ser feliz, ou prazeres de forma  incompulsiva, então além de estar sendo avarento, ou egoístas, também estou cometendo um mal, portanto agindo imoralmente.Neste sentido a minha inclinação se direciona para as coisas inferiores. Daí entra o pecado, que é um mal moral, e o sofrimento, advindo da justiça de Deus.

Pois além de Deus nos dar a possibilidade de escolhe-lo livremente, ele também repara o erro humano com a sua justiça.Sendo que Deus, sempre vai agir conforme sua essência boa, e a isso nada pode se contradizer. A essa justiça de Deus nós infelizmente interpretamos como mal. Por exemplo, se eu amo alguém, e estou totalmente inclinado a ela, estou pecando, pois está escrito, em deuteronômio:"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as forças."(Marco 12,30). Ou seja, inclinar-se para as coisas eternas. Quando isso não acontece, então ajo de forma errada. Quando ela morre então sofro, isso é justiça, se meu sentido de viver era ela, então tudo acabou quando ela não está mais em meu meio. O sofrimento para ele é causa do nosso mal praticado e da justiça de Deus imposta. Contudo, Deus é nosso criador, nada de ruim ou mal provem dele, nós somos suas criaturas, que estamos na categoria se seres existentes, viventes e pensantes.Pelo intelecto, entendemos esse  Deus como verdade sabedoria e Sumo Bem. Caminha para ele, pela vontade. é procurar a liberdade de fato, afastar-se dele é praticar o mal moral e, como uma especie de reparação natural de sua lei, sofre a sua justiça, que tende tudo para as coisas superiores, as de Deus, Sumo Bem.








  

  

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